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Transporte Terrestre

Versões eletrificadas já respondem por 30% do mercado no Brasil

Entre 2023 e 2025, montadoras reduzem versões a combustão e ampliam oferta de elétricos e híbridos

24/10/2025 10h36

Foto: Divulgação

O aumento nos carros elétricos e híbridos nas ruas reflete que o mercado automotivo brasileiro passa por uma mudança estrutural: entre 2023 e 2025, as versões de veículos eletrificados — elétricos puros (BEVs) e híbridos — ultrapassaram 30% do total de modelos ofertados, segundo dados da Bright Consulting, consultoria automotiva especializada. 

De acordo com o levantamento, apesar da quantidade total de versões disponíveis permanecer praticamente estável, de 1.067 em 2023 para 1.038 em 2025, ocorre uma profunda reorganização do portfólio nacional.

Enquanto motores Flex, Diesel e a gasolina ainda dominam a oferta, a participação combinada dessas tecnologias caiu de 75,9% em 2023 para 69% em 2025. O Flex, maior fatia do mercado, caiu de 44,9% para 39,9%, refletindo a perda de relevância de uma tecnologia que liderou o país por décadas. O Diesel manteve estabilidade em torno de 12%, principalmente em SUVs e utilitários, enquanto a gasolina pura ficou próxima de 17%, concentrada em modelos importados e premium.

No outro extremo, os veículos 100% elétricos (BEVs) registraram crescimento expressivo, passando de 7,9% em 2023 para 12% em 2025, um salto superior a 50%. Já os híbridos plug-in (PHEVs) avançaram de 5,2% para 7,3%, consolidando-se como uma ponte tecnológica entre motores tradicionais e elétricos. Híbridos leves e completos mantêm participação sólida, de 11,1% para 11,8%, oferecendo alternativas de menor custo. 

O aumento da oferta de versões eletrificadas é impulsionado por diversos fatores: chegada de novas marcas — especialmente chinesas — expansão de infraestrutura de recarga, incentivos governamentais como o programa MOVER e estímulos estaduais, além da previsibilidade maior proporcionada por políticas públicas de eletrificação.

A estabilidade no número total de versões esconde, portanto, uma mudança estratégica: montadoras reduzem a complexidade de catálogos de combustão para abrir espaço a tecnologias elétricas. Essa reorganização prepara o terreno para futuras plataformas EV e híbridas, enquanto concessionárias precisam capacitar equipes e adaptar processos de vendas e pós-venda para atender a essa nova realidade.

Por fim, o avanço dos elétricos e híbridos no mercado brasileiro demonstra que a eletrificação deixou de ser tendência futura e se tornou realidade de mercado, mesmo diante de desafios macroeconômicos e de infraestrutura. A indústria segue equilibrando inovação, sustentabilidade e eficiência com a manutenção de margens e competitividade.

Fonte: Bright Consulting