Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Economia

Bahia: Fecomércio estima prejuízo diário de R$108 milhões

Cálculo foi feito com base em dados do IBGE

18/03/2020 14h00

Foto: Divulgação

Por conta do avanço do novo coronavírus, empresários e consumidores já têm sentido os impactos da doença, inclusive aqui na Bahia. De acordo com uma projeção feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), a estimativa é a de que o prejuízo diário seja de até R$ 108 milhões caso o chamado varejo não essencial (excetuando-se supermercados e farmácias) tenha que fechar as portas em todo o estado. O cálculo foi feito pela entidade através da análise dos dados do comércio do IBGE.

De acordo com o presidente da Federação baiana, Carlos de Souza Andrade, os empresários baianos passarão por um momento inédito e de muita incerteza. “Neste momento é importante a redução máxima dos custos fixos para amenizar os impactos negativos nos negócios. Espera-se também que os bancos públicos ofereçam crédito com condições vantajosas de taxas, prazos, documentação e carência, para que não haja um grande dano social com demissão em grande escala e empresas quebrando nos próximos meses”, afirmou.

Já para o consultor econômico da instituição, Guilherme Dietze, os consumidores estarão focados em preservar a sua saúde e acabarão optando pelo isolamento. “Assim, mesmo algumas lojas abertas de produtos como roupas, eletroeletrônicos, por exemplo, tendem a ter uma redução drástica de demanda”, analisou.

Apenas do cenário inicialmente tenso, o especialista disse que este é um período momentâneo. “Haverá postergação de compra de alguns serviços e produtos, mas como o período de restrição de circulação tende a ser relativamente longo, muitas das vendas serão perdidas. Infelizmente, não há como separar uma da outra”, apontou.

Preocupação

Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio da Cidade de Salvador (Sindilojas), Paulo Mota, a situação gerada pela pandemia de coronavírus e a repercussão negativa da mesma faz com que o momento seja de preocupação e intranqüilidade, principalmente no que concerne ao emprego dos trabalhadores e aos custos que terão os patrões em virtude de dias eventualmente não trabalhados.

De acordo com o dirigente, um ofício foi enviado dos lojistas dos shoppings solicitando a exoneração dos custos do aluguel, além da não cobrança das parcelas da taxa de publicidade. “Não há nenhuma referência de solução e o governo federal está confuso. É preciso que ele entre para irrigar a economia, tendo uma política mais agressiva. Datas próximas como Páscoa, Semana Santa e Dia das Mães estão em risco”, afirmou.

Redução

Em comunicado emitido ontem (17), a Associação Brasileira dos Shoppings Centers (Abrasce) informou que “atenta e preocupada com os riscos à saúde, por meio de diálogo frequente e em cooperação com as diretrizes do Poder Público” no combate a Covid-19, recomenda aos seus associados com empreendimentos localizados em áreas com casos confirmados, que funcionem, a partir de amanhã, em horário reduzido, das 12h às 20h.

No documento, a entidade solicita que os centros de compras localizados em áreas que não tiveram nenhum caso confirmado monitorem a evolução do assunto e compartilhem as informações. Até agora, de acordo com o Ministério da Saúde, 11 dos 27 estados brasileiros ainda não tiveram registros confirmados da Covid-19: Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Piauí, Ceará e Paraíba.

Conforme a Abrasce, tal medida atende a solicitação dos lojistas e está alinhada com a recomendação dos poderes públicos para a redução de circulação de pessoas sem, todavia, paralisar totalmente as atividades econômicas, em especial os serviços de utilidade pública em funcionamento, como bancos, farmácias, laboratórios e supermercados.

“A Associação entende que tais medidas, somadas às ações preventivas individuais, tais como higienização das mãos, cuidados redobrados com a limpeza e espaçamento de mesas nos locais de alimentação, colaboram com os esforços de combate à epidemia do novo coronavírus (COVID-19). A

Abrasce, desde o início das primeiras notícias relacionadas à disseminação do novo coronavírus (COVID-19), acompanha de forma atenta a evolução do tema e seguirá atuando para ajudar o país a passar por este momento”, finaliza a nota.

Fonte: Jornal Tribuna da Bahia