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Editorial

Vacina sim, mas sem descuidos

A vacinação não fornece salvo-conduto para quem quiser sair às ruas nos próximos meses

21/01/2021 12h00

O Brasil e os brasileiros estão vivendo um momento de euforia contida em decorrência do início da vacinação contra a Covid-19, única forma reconhecida pela ciência para conter, a médio prazo, o avanço da pandemia que já matou mais de 200 mil pessoas no nosso país. Depois que já se comprovou a inutilidade dos tratamento com remédios indicados para outros fins, inclusive vermífugos, as cenas divulgadas à profusão com as primeiras pessoas vacinadas geraram um apressado sentimento de alívio e de alegria depois de tantos meses de sofrimento e tristeza.

O entusiasmo pela vacinação é contido pelas dificuldades da aquisição das doses de vacinas necessárias para imunizar a maior parte da população e, aí sim, provocar o chamado efeito “rebanho”, reduzindo a circulação do coronavírus e do número de internamentos e mortes. Após a liberação e aplicação de um primeiro lote, de apenas seis milhões de doses, surgiu um impasse, que poderia facilmente ter sido superado com um bom planejamento prévio, capaz de estabelecer um cronograma livre das querelas políticas e das vaidades. Cabe ressaltar, que na primeira fase da vacinação estão previstas apenas 10,8 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 em território nacional, consideradas insuficientes.

Enquanto as autoridades se debatem para superar as dificuldades provocadas justamente pelas falhas de planejamento, a maioria dos países já está com a vacinação em andamento e em fases muitos superiores à nossa. De qualquer modo, e apesar de todos os problemas, a expectativa é que dentro de mais algum tempo as coisas se resolvam com a Índia e a China, e até que novas vacinas, como a Sputnik V, da Rússia, sejam postas à disposição e possamos, enfim, comemorar a vacinação em massa da população.

Que ninguém imagine, porém, que tal cenário vá significar alívio a curto prazo das restrições impostas pelas autoridades e dos cuidados necessários para evitar a contaminação, a exemplo da manutenção do distanciamento social, da higienização constante das mãos (com sabão ou álcool em gel) e, especialmente do uso permanente das máscaras protetoras sempre que necessitarmos sair de casa. Apesar da redução do número de casos que deverá acontecer, o vírus continuará em circulação e infectando àqueles que não se cuidarem.

O uso da máscara, por exemplo, é um hábito que precisará ser incorporado ao dia a dia dos brasileiros, por muito tempo ainda após o fim oficial da pandemia. Além de tudo, o uso do equipamento, adicionado ao hábito da higienização das mãos também é importante para reduzir a disseminação de outros vírus, como o Influenza causador da gripe, como já descobriram há muito tempo os japoneses e chineses, usuários constantes de máscaras nos ambientes públicos.

Portanto, é necessário ter consciência do fato de que a vacinação não fornece salvo-conduto para quem quiser sair às ruas nos próximos meses. Vamos nos vacinar sim, mas sem descuidar dos cuidados necessários, pois esta é, realmente, a única forma de cortar de vez a circulação do coronavírus e de preservar a nossa saúde e do próximo.