24/07/2025 11h03
Foto: Ultracargo - Divulgação
A Ultracargo concluiu operação de inspeção robotizada de tanques de produtos inflamáveis no terminal de Santos (SP). Com uso de tecnologia, a iniciativa foi desenvolvida com os tanques cheios e em operação, eliminando a necessidade de esvaziamento ou parada.
De acordo com a empresa, a tecnologia empregada permitiu que as atividades fossem realizadas remotamente por meio de equipamentos intrínsecos, que acessam os tanques pelo teto e operam submersos.
O processo incluiu diversas etapas, como a medição de espessura por ultrassom, utilização de câmeras embarcadas no robô para análise visuais e o georreferenciamento para identificar com precisão anomalias de baixa espessura.
Segundo a companhia, a solução possibilitou identificar se o tanque está íntegro para operar de forma segura por mais 10 anos, em conformidade com a API 653, uma norma que estabelece os requisitos mínimos para a inspeção, reparo, alteração e reconstrução de tanques de armazenamento.
“A adoção dessa tecnologia representa um ganho expressivo em segurança, confiabilidade e produtividade, reduzindo riscos operacionais e otimizando o processo de inspeção”, disse o gerente de Planejamento e Controle de Manutenção da Ultracargo, Everaldo Silva Sena.
Segundo ele, além de evitar a exposição de colaboradores a ambientes confinados, não foi preciso transferir o produto nem parar a operação, o que evitou desperdícios e gerou uma economia relevante. A solução reduziu o tempo necessário para a inspeção dos tanques: o processo, que antes exigia de 10 a 15 dias com o tanque fora de operação, agora é realizado em apenas dois dias, com o equipamento em plena atividade.
“A operação também não gerou resíduos nem consumiu água no processo de adequação dos tanques, o que reforça seu caráter sustentável. É uma inovação que antecipa o futuro da manutenção em ambientes industriais”, completou.
Início da operação
De acordo com o vice-presidente de Engenharia e Operações, Leopoldo José Gimenes, a busca pela inovação teve o primeiro ponto de partida em 2024, após uma inspeção no tanque do sistema de combate a incêndio do terminal de Itaqui (MA), que não podia ser paralisado.
Embora realizada com equipamentos diferentes, por se tratar de um tanque de água com restrições distintas das de produtos inflamáveis, a experiência inspirou a empresa a aplicar a tecnologia também em tanques de inflamáveis.
“A implementação bem-sucedida em Santos é resultado de quase um ano de estudo e planejamento minucioso. Por ser uma atividade complexa e inovadora, com o tanque em operação, exigiu colaboração extensiva entre equipes para lidar com desafios como o clima (chuva ou raios poderiam impedir a atividade) e a garantia da condição segura dos vapores no interior do tanque para a entrada do robô”, complementou o executivo.