07/08/2025 07h30
Foto: Divulgação
A quantidade de pessoas negras em diferentes cargos nas empresas expõe a desigualdade racial no Brasil, segundo estudo da consultoria Diversitera. Na alta liderança (ou seja, cargos de gerência executiva, diretoria e superiores), são apenas 9,7%, sendo 8,7% de pardos e apenas 1% de pessoas pretas.
O estudo reuniu dados de mais de 55 empresas, de 17 segmentos distintos, no período de 2022 ao primeiro semestre de 2025. Ao todo, mais de 128 mil pessoas responderam ao questionário.
“As disparidades raciais que afetam pessoas negras, em especial mulheres, no mundo corporativo são profundas, estruturais e historicamente construídas”, comenta sobre o resultado a especialista em raça e etnia da Diversitera, Tamiris Hilário.
A pesquisa revelou ainda que, para além da desigualdade, o racismo também segue presente no ambiente de trabalho: 28% das pessoas pretas já enfrentou algum episódio de preconceito, assédio ou micro agressão; e 9% enfrentou racismo explícito no ambiente de trabalho.
O papel das empresas
Tamiris Hilário reforça que uma empresa sozinha não consegue eliminar um problema estrutural como o racismo. “Podem, sim, colaborar como agentes relevantes num processo conjunto, que deve envolver diferentes players sociais para resultar em avanços permanentes e significativos”, afirma.
Algumas ações que a especialista indica para as organizações são:
Pessoas negras e brancas
Colaboradores também devem se engajar neste trabalho. “Aos trabalhadores brancos é fundamental que reconheçam seus vieses, mesmo os inconscientes, refletindo como o racismo faz parte de suas trajetórias, sobretudo corporativas”, diz Hilário. “Fazer contrapontos dos espaços que ocupam também é importante, assim como apoiar talentos negros e amplificar suas vozes.”
Já aos trabalhadores de outros grupos raciais minorizados, a especialista indica o engajamento em iniciativas afirmativas, o reforço de experiências educativas e o consumo e a divulgação de pessoas, oportunidades e vivências antirracistas.