05/06/2025 13h26
Foto: Nissan - Divulgação
A importância do novo Nissan Leaf não pode ser subestimada. A montadora japonesa vive um momento delicado: além de acumular prejuízos nos últimos anos, uma fusão recente com a Honda fracassou, e o último balanço financeiro apontou uma perda de US$ 4,5 bilhões. Para tentar virar esse jogo, a Nissan aposta todas as fichas na nova geração do Leaf, que deixa de ser um hatch para virar um crossover — uma estratégia que pode atrair um público mais amplo.
Enquanto o modelo não é apresentado por completo (o que deve acontecer ainda em junho), a marca vai liberando aos poucos informações sobre o carro. A Nissan afirma que este é o veículo de produção mais aerodinâmico que já produziu. Mas há um detalhe curioso: a versão europeia terá um coeficiente de arrasto (Cx) de 0,25, enquanto o modelo destinado aos Estados Unidos será um pouco menos eficiente, com Cx de 0,26.
Essa diferença ocorre principalmente por conta das rodas e dos retrovisores mais aerodinâmicos na variante europeia. Em contrapartida, o modelo norte-americano será o primeiro elétrico da Nissan com conector NACS, permitindo acesso direto à rede de recarga rápida da Tesla (Supercharger).
Mesmo com um Cx de 0,25, o novo Leaf não supera o Tesla Model Y atualizado, que tem impressionantes 0,22. Ainda assim, é mais eficiente do que modelos esportivos como o Nissan Z (0,31) e até que o recém-descontinuado GT-R (0,26).
Autonomia e recarga rápida
A autonomia ainda não foi especificada com base em um ciclo de testes oficial (WLTP, EPA ou JC08), mas a Nissan fala em uma faixa de 300 a 500 quilômetros — o que indica que o modelo deve oferecer diferentes opções de baterias. Segundo Richard Candler, vice-presidente global de estratégia de produto, uma recarga de apenas 14 minutos será suficiente para rodar cerca de 250 km, embora esse número também dependa do ciclo adotado. A marca diz que esse tempo foi calculado para simular o tempo médio que motoristas gastam ao abastecer carros a combustão.
Outro destaque do novo Leaf é o teto solar panorâmico eletrocrômico opcional, com escurecimento eletrônico e tratamento que reflete calor por meio de uma película infravermelha. A transparência pode ser ajustada pelo usuário, controlando a entrada de luz. Esse recurso, que antes era exclusivo de modelos de luxo da Mercedes-Benz, agora começa a aparecer em carros mais acessíveis, como o Volkswagen ID.7.
Estilo e plataforma
Com elementos como grade ativa, maçanetas embutidas, teto inclinado e assoalho plano, o novo Leaf busca otimizar o fluxo de ar em torno da carroceria. Ainda não foram reveladas imagens da traseira, o que pode indicar que a Nissan está guardando surpresas para a estreia oficial. Já se sabe que o modelo compartilha a plataforma AmpR Medium com o Ariya e o Renault Megane E-Tech.
A Nissan aposta alto no novo Leaf como parte de uma reestruturação mais ampla, que inclui também os futuros Sentra e Rogue elétricos. Mas novos produtos não serão suficientes. A montadora pretende cortar 20 mil empregos, fechar sete fábricas, descontinuar seis plataformas de veículos e até vender sua sede em Yokohama.
Fonte: Inside Evs