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Editorial

Mudança positiva e permanente

Um exemplo muito claro do momento de crescimento no mercado digital de notícias pode ser visto aqui mesmo, neste MODAIS EM FOCO

15/10/2020 15h31

Entre as mudanças que a pandemia do novo coronavírus vem provocando nos hábitos da sociedade mundial, algumas, sem dúvida, deverão ser incorporadas quando passar esta fase mais grave da ocorrência dos casos de Covid-19 em todo o mundo. E é preciso dizer a fase mais grave porque também não há dúvidas quanto ao fato de que a doença causada pelo coronavírus veio para ficar, tais como as causadas pelo vírus Influenza (gripes, por exemplo), cabendo aos seres humanos a obrigação de combater seus efeitos e criar métodos de prevenção, como as vacinas.

Mas também já dá para registrar mudanças importantes e que deverão criar raízes. Uma delas foi constatada em pesquisa recente realizada pela Luminate, organização filantrópica global, ao verificar que durante a pandemia 65% dos leitores de veículos digitais no Brasil aumentaram o consumo de notícias. E mais: que 92% dos consumidores passaram a acessar notícias por meios digitais pelo menos duas vezes por semana, com 83% pelo menos uma vez por dia, levando a uma terceira constatação, a de que as plataformas digitais agora respondem por mais da metade (59%) de todo o conteúdo de notícias consumido no País.

Com o crescente domínio das plataformas digitais como fontes primárias de notícias e informações, ampliou-se o espaço mercadológico para veículos como os sites de informações, tanto é que, de acordo com a pesquisa da Luminate, os consumidores já estão mais dispostos a pagar por conteúdo digital. Atualmente, no Brasil, apenas 16% dos consumidores pagam por pelo menos uma assinatura de notícias ou serviço, mas a expectativa é que tal número ainda modesto, tenda a crescer, uma vez que a pesquisa mostrou que no País existe uma disposição maior para remunerar os fornecedores de notícias e informação é maior do que em alguns outros países, incluindo mercados estabelecidos como o Reino Unido (8%) e Alemanha (10%) e não está muito atrás dos EUA (20%).

Mas, como tudo o que acontece na área da comunicação, é preciso que algumas premissas sejam respeitadas pelos que desejam surfar nesta onda positiva. E a pesquisa identificou uma série de fatores-chave que influenciam as decisões dos consumidores de pagar por uma assinatura ou serviço de notícias digitais, dos quais se destacam: a capacidade de fornecer conteúdo de alta qualidade (34%), seguida de perto pela credibilidade do veículo como fonte de informações sérias e confiáveis (31%). E um terceiro fator também foi muito citado, inclusive pelos que ainda não pagam pelas notícias, a independência do veículo em relação a interesses políticos ou outros interesses não revelados no material distribuído, mas perceptíveis, porém quando surgem de forma velada.

Um exemplo muito claro deste momento positivo para o mercado digital de notícias pode ser visto aqui mesmo, neste MODAIS EM FOCO, que com menos de um ano de existência, já possui significativo número de acessos não apenas no Brasil, mas em diversos países, como Canadá, Estados Unidos, Holanda e Espanha, apenas para citar alguns. Como site de notícias e informações focado na seriedade do seu conteúdo, procurando oferecer ao seu público-alvo, de forma gratuita, apenas o que pode ser considerado relevante, preocupado com o ineditismo do que informa mas sem a ansiedade pelo chamado “furo” ou pela espetacularização, que tanto produzem enganos e distorções, o MF tem recebido respostas mais do que animadoras dos seus parceiros.

E a perspectiva, dada a rapidez das novas tecnologias e o domínio cada vez do chamado “consumidor digital”, é que este mercado se consolide como principal fonte de informações em todo o mundo, desde que os veículos não se deixem levar pela ambição e ignorem os parâmetros que regem o bom jornalismo e a responsabilidade com o conteúdo, substituindo-os pelo desejo do lucro fácil.