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Economia

IBGE: produção industrial tem tombo recorde de 18,8% em abril

Foi a queda mais intensa já registrada desde o início da série histórica, em 2002. Setor acumula perda de 26,1% em 2 meses

03/06/2020 14h42

Foto: Agência Brasil

A produção industrial brasileira desabou 18,8% em abril, na comparação com março, atingindo o nível mais baixo já registrado no país, conforme divulgou nesta quarta-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O tombo recorde evidencia a dimensão do impacto da pandemia de coronavírus e das medidas de isolamento social na atividade econômica.

"É a queda mais intensa da indústria desde o início da série histórica, em 2002, e o segundo resultado negativo seguido, com perda acumulada de 26,1% no período", informou o IBGE.

Em março, a produção já havia recuado 9% frente ao mês anterior — variação que foi revisada pelo IBGE ante queda de 9,1% anteriormente divulgada.

Com o tombo de abril, o patamar da produção industrial no país ficou 38,3% abaixo de pico histórico, registrado em maio de 2011. "É o patamar mais baixo da série histórica na pesquisa. Estamos no piso da produção industrial", afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo.

Na comparação com abril do ano passado, a queda foi ainda maior, de 27,2%, o sexto resultado negativo seguido nessa comparação e também recorde negativo da série histórica da pesquisa.

No ano, de janeiro a abril, o setor encolheu 8,2%, e nos últimos 12 meses, passou a acumular retração de 2,9%.

“O resultado de abril decorre, claramente, do número maior de paralisações das várias unidades produtivas, em diversos segmentos industriais, por conta da pandemia. Março já tinha apresentado resultado negativo. Agora, em abril, vemos um espalhamento, com quedas de magnitudes históricas, de dois dígitos, em todas as categorias econômicas”, destacou Macedo.

22 dos 26 segmentos tiveram queda

A queda da produção foi generalizada, alcançando todas as grandes categorias econômicas e 22 dos 26 ramos pesquisados.

Segundo o IBGE, a maior influência em abril veio da paralisação quase que completa da indústria automobilística.

A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias desabou 88,5%, na comparação com março, pressionada, em grande medida, pelas paralisações e interrupções em várias fábricas. Foi a queda mais intensa desde o início da série histórica.

Fonte: O Globo