04/05/2020 17h00
Foto: Divulgação
O transporte de produtos com maior valor agregado, como carros e peças industriais, nas ferrovias brasileiras poderia ser ampliado. É o que demonstra um estudo apresentado no seminário “Ferrovias no Plano Nacional de Logística”, realizado de forma virtual, na última quarta-feira (29), pela Empresa de Planejamento e Logística – EPL.
O trabalho informou ainda que atualmente mais de 90% das cargas transportadas no modo ferroviário são de commodities, como minério de ferro e insumos agrícolas. O planejamento para possibilitar essa transformação é realizado pela EPL e comporá o Plano Nacional de Logística 2035. O produto será entregue ao Ministério da Infraestrutura no final deste ano.
Segundo o diretor-presidente da empresa, Arthur Lima, o país possui atualmente cerca de 30 mil quilômetros de malha ferroviária e que um dos desafios é expandir a sua utilização, proposta que será incorporada pelo Plano Nacional de Logística – PNL 2035.
“Devemos pensar a ferrovia estrategicamente, nos cenários dos próximos anos como um sistema integrado e que permita a circulação de cargas de maior valor agregado, tal como carga geral em contêineres”, disse.
O seminário apresentou a modelagem utilizada pela EPL para incluir o modal ferroviário de forma integrada aos portos e demais modos na simulação da rede logística prevista para 2035. Essa metodologia será utilizada para simular diferentes possibilidades de cenários para o setor ferroviário no longo prazo, com reflexos diretos sobre o planejamento da rede de transportes como um todo.
Políticas públicas
O secretário nacional de Transportes Terrestres, Marcello da Costa, falou sobre as expectativas do Governo Federal para o setor. Ele ressaltou a importância do planejamento estratégico, mas afirmou que é preciso garantir a integração deste instrumento com o Plano Setorial Tático Terrestre, responsável pelas diretrizes para a viabilização dos empreendimentos, incluindo o financiamento deles.
“Nós temos que usar de criatividade para desenvolver novas opções de financiamento para tornar esses empreendimentos viáveis. Uma opção que temos estudado no Ministério da Infraestrutura é a utilização de financiamento de green bonds, específicos para empreendimentos com apelo ambiental. E aí a ferrovia se encaixa perfeitamente nesse caso pela redução da emissão de poluentes”, completou.
Fonte: EPL