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Dois navios da CMA CGM transitaram recentemente pelo Canal de Suez, uma ação que pode sinalizar um retorno gradual à normalidade do tráfego marítimo, interrompido pelo conflito em Gaza. A Autoridade do Canal de Suez confirmou a informação, sugerindo que as perturbações de segurança na região estão começando a diminuir.

Desde novembro de 2023, o Canal de Suez — a rota mais curta entre a Ásia e a Europa — tem sofrido uma redução no tráfego marítimo após os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã, no Iêmen, terem lançado ataques contra navios mercantes no Mar Vermelho em apoio aos palestinos durante a guerra em Gaza. Essa situação obrigou diversas companhias de navegação a desviarem seus serviços pela rota mais longa ao redor do Cabo da Boa Esperança, o que implica custos mais elevados e tempos de navegação mais longos.

Antes do anúncio oficial, a CMA CGM já havia realizado trânsitos limitados pelo canal quando as condições de segurança o permitiram. Nessa ocasião, a Autoridade do Canal do Panamá especificou que o navio porta-contêineres “CMA CGM Jacques Saade” cruzou o Canal de Suez vindo do Norte, em rota do Marrocos para a Malásia, enquanto o “CMA CGM Adonis” transitou em direção ao sul.

Embora a empresa de navegação não tenha respondido imediatamente aos pedidos de comentários, sua programação comercial reforça o sinal de um retorno gradual. Um calendário publicado no site da CMA CGM indica que a empresa planeja retomar o uso do Canal de Suez para seu serviço 'Indamex', que conecta a Índia aos Estados Unidos, a partir de janeiro.

Cuidado na indústria naval

Apesar desses acontecimentos, o setor marítimo mantém uma postura cautelosa. No entanto, desde que um frágil cessar-fogo em Gaza entrou em vigor em 10 de outubro, não foram relatados novos ataques dos houthis contra navios mercantes. Essa situação levou diversas companhias de navegação a reavaliarem o uso do Canal de Suez, uma infraestrutura fundamental para o Egito e uma de suas principais fontes de divisas.

Entretanto, a Maersk informou recentemente que um de seus navios navegou pelo Mar Vermelho e pelo Estreito de Bab el-Mandeb — entre o Iêmen e o Chifre da África — pela primeira vez em quase dois anos. A empresa de navegação esclareceu que ainda não há planos para a reabertura completa da rota, mas que procederá com uma abordagem gradual e faseada para a retomada da navegação.

Em conjunto, esses trânsitos seletivos refletem uma mudança de tom na indústria naval internacional, que está acompanhando de perto a evolução da segurança na região antes de normalizar completamente uma das artérias marítimas mais estratégicas do comércio global.

Fonte: Mundo Marítimo