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Economia

Vendas do comércio atingem maior patamar em 25 anos

A alta, pelo 2º mês seguido, foi 1% na passagem de janeiro para fevereiro

11/04/2024 10h09

Foto: Elza Fiúza - Agência Brasil

As vendas no comércio varejista no país cresceram 1% na passagem de janeiro para fevereiro e atingiram o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000, informou nesta quinta-feira (11), o IBGE.

Foi a segunda alta consecutiva, após o índice ter registrado crescimento de 2,8% em janeiro. A última vez que o varejo registrou dois meses consecutivos de alta foi em setembro de 2022 (0,5% em agosto e 0,7% em setembro). Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

Com o resultado, o comércio brasileiro superou em 0,5% o nível de atividade recorde anterior (outubro de 2020), e atingiu um patamar ficando 7,1% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.

“Entre os destaques dessa passagem é termos observados dois meses consecutivos de altas, o que não acontece desde meados de 2022. No entanto, naquele momento o crescimento combinado dos dois meses foi menor, menos intenso. Outro aspecto a ser destacado é que nos últimos dois anos ou janeiro ou fevereiro vieram mais fortes, mas com posterior queda. Em 2024, houve alta tanto em janeiro quanto em fevereiro”, avaliou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Alta de 2,3% em 12 meses

O varejo brasileiro acumulou alta de 6,1% no bimestre e registrou crescimento de 2,3% em 2 meses.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas no acumulado no ano avançou 8,2%, enquanto o acumulado em 12 meses a variação foi de 3,6%.

Resultado acima do esperado

A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 1% na comparação mensal e de avanço de 3,3% sobre um ano antes.

Seis das oito atividades pesquisadas pelo IBGE avançaram em fevereiro. Dentre elas, os destaques foram os setores de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (9,9%) e de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,8%), que exerceram as principais influências sobre o resultado total do comércio varejista.

“Estes resultados reiteram uma leitura de PIB mais forte em 2024 pelo peso que o Varejo tem nas contas nacionais. Mantenho projeção de PIB em 2,2% em 2024. O mercado deve revisar ainda um pouco mais para cima o PIB desse ano no Focus”, avaliou o economista André Perfeito.

Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, o varejo será “uma das surpresas responsáveis por impulsionar o crescimento do PIB” no ano. “Ainda não observamos um impulso significativo no segmento de vestuário, ao qual as pessoas frequentemente associam o varejo. Acreditamos que isso possa ocorrer mais no segundo semestre, visto que atualmente o foco está mais concentrado em supermercados, produtos farmacêuticos e equipamentos de escritório”, afirmou.