11/05/2020 06h36
Foto: Divulgação
Homossexuais agora podem doar sangue
O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a restrição de doação de sangue por homossexuais. A maioria dos ministros considerou inconstitucional e discriminatória a proibição da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), por meio da Resolução RDC nº 34/14, e do Ministério da Saúde (Portaria nº 158/16) do homossexual fazer doação de sangue. Ambas instituições determinam que homens que mantiverem relações sexuais com outros homens nos últimos 12 meses não podem fazer a doação.
Há anos, especialistas de saúde no Brasil advogam pelo fim dessa proibição, por considerá-la improcedente e preconceituosa.
A favor da maternidade
Uma organização não governamental (ONG) a favor da maternidade, que atua em diversas frentes, começou uma campanha em que convida as pessoas que têm filhos a marcarem essa experiência de #serpai e #sermãe no perfil do LinkedIn, atualmente a maior rede social profissional do mundo.
A ONG Somos Mães trabalha para a democratização da informação falando com mais de 280k pessoas nas redes online @somosmaesevc (IG e Face). Para aderir à campanha, basta inserir uma nova experiência no perfil, marcar como cargo mãe ou pai, e explicar como essa “função”, em tempo integral, agregou em sua vida.
O objetivo, segundo a entidade, é causar orgulho, empoderamento, humanização e ver a união das forças profissionais e das forças pessoais, lado a lado.
Lei de Direitos do Autor
Durante as manifestações contra o STF e o Congresso, muitos manifestantes cantaram a música “Brasil”, de Cazuza (1958-1990), George Israel e Nilo Romero. É aquela dos versos “Brasil, mostra a tua cara/Quero ver quem paga/Pra gente ficar assim”. Por isso, com base no artigo 29 da Lei de Direitos do Autor (9610/1998), a Viva Cazuza publicou a proibição da execução de qualquer obra ou interpretação do artista em qualquer evento ou manifestação dessa natureza.
A mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, diz que é inaceitável ver a canção ser usada junto a gritos de ordem e cartazes que pedem o fim da democracia. Qualquer um que desrespeite a proibição estará sujeito à aplicação das sanções civis e penais cabíveis em virtude de violação de direitos autorais.
Pessoas com depressão
Com mais de 12 milhões de pessoas com depressão, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país da América Latina com o maior contingente de indivíduos com o problema – são mais de 264 milhões no planeta. De acordo com um editorial publicado recentemente no periódico científico The New England Journal of Medicine, um dos mais respeitados no mundo, o número de pacientes que tem a doença deve aumentar globalmente após a quarentena devido à pandemia de Covid-19.
Assinado pelas psiquiatras Carol North, da Universidade do Sudoeste do Texas, e Betty Pfefferbaum, da Universidade de Oklahoma, ambas nos Estados Unidos, o texto revela que já existem pesquisas mostrando que pessoas em quarentena ou na linha de frente do combate à doença, como os profissionais de saúde, vêm apresentando quadros de estresse, depressão, medo, raiva e tristeza profunda. Sem falar nos danos à saúde mental em segmentos específicos da população, como os infectados, os que fazem parte de algum grupo de risco, caso dos idosos, indivíduos com problemas psiquiátricos, além de usuários de entorpecentes.
Vital Brazil - Revolucionário da saúde
Mortes diárias tornam-se comuns diante do mal misterioso. A força da natureza expõe a fragilidade humana. Qual o remédio? Qual a vacina? Essas perguntas atravessam os tempos, os laboratórios, as experiências... A angústia de ter que correr com as pesquisas para encontrar uma saída tirava o sono dos cientistas no final do século 19. Dentre os revolucionários da saúde daquela época, um rapaz do interior mineiro, da pequena cidade de Campanha, descrito como sensível, teimoso e empreendedor, foi insistente para salvar pessoas de um mal aparentemente irreversível, as picadas de animais peçonhentos.
Vital Brazil Mineiro da Campanha, pioneiro no desenvolvimento do soro antiofídico, descobriu que os venenos eram diferentes e necessitavam de soros distintos. É o que os cientistas chamam de "especificidade antigênica". Foi esse brasileiro que fez essa descoberta. As pesquisas desse que é considerado um dos principais médicos e cientistas da história do Brasil, e que morreu há exatos 70 anos, salvaram, desde o início do século passado, um número incontável de vidas no mundo inteiro. E um detalhe dessa história é que o homem abriu mão de todas as patentes. "A maior recompensa para o homem que trabalha é a consciência de ter feito o bem", costumava dizer. Tudo o que as suas pesquisas geraram em recursos foram revertidos para os institutos em que atuou.
Não foi fácil para Vital Brazil, reconhece o neto. O homem era filho de abolicionista e não tinha recursos para se manter no Rio de Janeiro para fazer a faculdade de medicina. Ingressou em 1891. Revezava-se entre estudos e dois empregos. Já durante a faculdade demonstrava interesse no que amedrontava a maior parte da população daquele Brasil majoritariamente rural, os bichos em meio às plantações. "Ele levava os estudos sobre cobra para faculdade para estudar. Ele sabia que morria muita gente de picada de cobra porque iam para o campo em função do ciclo do café."
Quando se formou, foi trabalhar no serviço público de saúde em São Paulo. Entre 1892 e 1899, ele esteve à frente no combate de epidemias, e depois se torna o primeiro inspetor em São Paulo. Primeiramente, trabalha com Cesário Mota e depois com Emílio Ribas, como secretário de Saúde do Estado.
Vital Brazil contraiu peste bubônica (que apareceu no início de outubro em 1899 e somente divulgada no final daquele mês) e febre amarela. Participava das brigadas contra essas endemias e mantinha o interesse especial em pesquisar essas doenças que matavam aos milhares. A peste bubônica fez com que os governos federal e estadual se mobilizassem para ter seus próprios institutos de pesquisa. Assim, Vital Brazil leva a pesquisa sobre ofidismo para o Butantan e ele o laboratório. Ele entrega o primeiro lote, no Brasil, de soro antipestoso em junho de 1901 e o primeiro lote antiofídico específico, do mundo, em 14 de agosto do mesmo ano.
O momento era revolucionário para a bacteriologia (os estudos de Pasteur, na França, são dos anos 1880). Nesse início do século 20 no Brasil, era necessário convencer o público-alvo que seria necessário a utilização do soro. Uma luta de Vital Brasil e de outro cientista célebre, Oswaldo Cruz.
Vital Brazil faleceu aos 85 anos após complicações causadas por diabetes. No Brasil, para se conhecer mais sobre Vital Brasil, há documentos, fotografias e outros registros históricos na cidade natal dele.