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Economia

Tarifaço: empresários preveem exportar US$ 5,4 bi a menos em 2025

A CNI reduziu de 2% para 1,7% a projeção de crescimento do PIB industrial neste ano

19/08/2025 10h40

Foto: Divulgação

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu nesta terça-feira (19) a projeção para as exportações brasileiras neste ano de US$ 347,3 bilhões para US$ 341,9 bilhões, uma queda de US$ 5,4 bilhões em relação ao previsto no primeiro trimestre deste ano.

A nova estimativa, divulgada no Informe Conjuntural do segundo trimestre deste ano, foi feita em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.

Cálculos da entidade mostram que mais da metade dos produtos brasileiros vendidos aos EUA terão uma sobretaxa de 50%.

"Grande parte da redução nas exportações se deve ao aumento das tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros. É importante que essas taxas adicionais sejam reduzidas, pois as medidas compensatórias anunciadas pelo governo são positivas, mas não são capazes de substituir o mercado americano para um número grande de empresas e setores", afirmou o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.

A equipe econômica do governo divulgou na semana passada um pacote para atenuar o seu impacto para as empresas exportadoras, com linhas de crédito subsidiadas, seguro às exportações de empresas brasileiras, adiamento no prazo de pagamento de tributos e crédito tributário para as vendas externas, entre outras.

Entretanto, apesar de a medida provisória (MP) do pacote já ter sido publicada, a maior parte das medidas ainda não está em vigor, pois depende de votação pelo Congresso Nacional ou de regulamentação e adequação de sistemas bancários para sair do papel.

Crescimento menor da indústria

Diante da estimativa de que as exportações serão menores, e do cenário de juros ainda altos, a CNI projetou um crescimento menor para o PIB industrial e também para a indústria de transformação em 2025.

A projeção para a expansão do PIB industrial passou de 2% para 1,7%, enquanto a expectativa de crescimento somente da indústria de transformação recuou de 1,9% para 1,5% neste ano.

"A demanda por bens industriais não apresenta o mesmo ritmo do ano passado, o que impactou a produção e o faturamento do setor nos últimos meses. A CNI avalia que os juros altos, o ritmo aquecido das importações e a provável queda das exportações – por causa da nova política comercial dos EUA – vão restringir a atividade industrial", informou a entidade.

Para o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, a perda de ritmo da indústria de transformação é preocupante.

"Mesmo com várias medidas acertadas, como a Nova Indústria Brasil e o Programa de Depreciação Acelerada, o crescimento da indústria de transformação deve cair muito em comparação ao ano passado" avaliou Telles.

"Isso se deve, principalmente, à taxa de juros elevadíssima e ao aumento das importações, em parte por causa da política comercial americana", completou o analista da CNI.

Fonte: g1