Foto: Renault - Divulgação

A Renault está firme em sua estratégia de eletrificação baseada em híbridos convencionais (HEV) e veículos totalmente elétricos (BEV), deixando de lado os híbridos plug-in (PHEV), que muitas montadoras ainda veem como uma ponte tecnológica. O diretor global de vendas e operações da Renault, Ivan Segal, afirmou que a marca seguirá com “duas pernas”: uma linha de modelos híbridos completos e outra de elétricos puros.

A declaração ocorre num momento em que a Renault celebra a vice-liderança no mercado europeu no primeiro semestre de 2025, atrás apenas da Volkswagen e superando a Toyota. No período, a fabricante francesa vendeu quase 395 mil veículos na Europa, dos quais 41% são híbridos (Clio, Captur, Symbioz, Austral e Rafale) e 16% são elétricos, com forte impulso do recém-lançado Renault 5. Em relação a 2024, as vendas de elétricos cresceram 57%.

Para Segal, a chave está em oferecer o tipo de motorização certo, sem complicar demais o portfólio. “Talvez com os elétricos a expectativa fosse de um crescimento mais rápido, mas o fato de termos esse equilíbrio na linha de produtos garante um crescimento sustentável”, afirmou ao Auto Express.

Segundo ele, o mercado de híbridos plug-in não acompanha o mesmo ritmo de crescimento dos híbridos convencionais na Europa. “Vemos que o mercado de PHEV não está crescendo na mesma velocidade do mercado de híbridos completos. Em alguns países, os PHEVs ainda são incentivados por regulações, mas isso acontece cada vez menos”, explicou.

Para a Renault, o híbrido convencional é a solução ideal para quem está migrando do diesel, mas ainda não está pronto para um carro 100% elétrico. “Acreditamos que o full hybrid é globalmente mais simples para o nosso cliente”, resumiu.

Na prática, isso significa que o Renault Rafale PHEV, SUV topo de linha da marca, deve continuar como exceção na estratégia da empresa. “Para necessidades muito específicas, com um número alto de quilômetros rodados, o PHEV ainda pode ser uma boa solução. Mas, no geral, vamos seguir o nosso plano”, disse Segal.

A estratégia também contribui para a meta da Renault de reduzir suas emissões médias de CO2 por veículo. No primeiro semestre, a média da marca foi de 94,2 g/km, redução de quase 12% na comparação com o mesmo período de 2024.

Fonte: Auto Express