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Transporte Terrestre

Redução de passageiros vai aumentar tarifas de ônibus no país

Segundo a NTU, poder público deve intervir para evitar reajustes no valor das passagens e manter operações

17/05/2020 14h44

Foto: Diário dos Trilhos

Por conta da pandemia de Covid-19, a orientação das prefeituras e governos dos estados brasileiros está sendo a redução do número de passageiros nos ônibus, para evitar aglomeração. Contudo, esta tendência vai causar um aumento nas tarifas em todo o país. Esta é a posição do presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), Otávio Vieira da Cunha Filho.

“Hoje, são seis passageiros por metro quadrado por determinação do poder público. Se ele colocar uma taxa de ocupação muito baixa, a tarifa fica muito alta e o passageiro não consegue pagar”, disse Cunha.

Recentemente, houve uma queda na demanda das empresas de ônibus de todo o país, por conta das medidas de isolamento social. Alguns municípios relatam diminuição de mais de 70%.

Além disso, os governantes estão orientando que as viações não transportem passageiros em pé e determinando ocupação máxima por veículo para evitar a proliferação do novo coronavírus.

“A taxa de ocupação, que vai ser reduzida, vai implicar em aumento de custo do serviço, pois será preciso mais ônibus para menor ocupação interna. Essa adaptação vai exigir outra estruturação dessa atividade. A tarifa vai aumentar porque se pega o custo do ônibus, do serviço, da garagem, soma tudo e divide pelo número de pessoas transportadas. Quando se tem menos gente dentro do ônibus e o custo fica mantido, a tarifa aumenta”, explicou.

Entretanto, o presidente da NTU explicou que as tarifas só vão subir se o poder público manter as mesmas normas para as empresas de ônibus. A solução para manter o distanciamento social dentro dos veículos sem elevação do preço das passagens, segundo o executivo, é a implantação de medidas que financiem o sistema de transporte.

“Uma parte tem que ser a tarifa e a outra um complemento pago por uma fonte extra tarifária, como subsídio, criação de uma fonte pelo poder público, imposto pela gasolina que o transporte individual pode pagar para manter a qualidade do coletivo, cobrança de pedágio, taxas sobre estacionamentos, são várias soluções que países desenvolvidos fazem hoje que permitem que a tarifa caiba no bolso do usuário e que haja um serviço de altíssima qualidade, porque a outra parte do custo está sendo paga pelo governo”, avaliou o executivo.

De acordo com o presidente da NTU, se o governo deixar do jeito que está, em que só a tarifa financia o serviço de transporte, quando se reduz a ocupação do ônibus o preço da passagem subirá na proporção direta.

Em março deste ano, a NTU, junto ao Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana e à ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos, divulgou um conjunto de medidas emergenciais concebido entre as principais instituições que atuam no transporte coletivo urbano.

Sob o nome de Transporte Social, as entidades propõem que o Governo Federal destine R$ 2,5 bilhões por mês para aquisição dos créditos eletrônicos de passagens, enquanto perdurar a crise da Covid-19.

Fonte: Diário do Transporte