22/07/2020 09h08
Foto: Divulgação
O Programa da ONU para o Meio Ambiente lançou um apelo para a proteção da “vaquinha do mar”. Ameaçada de extinção, ela é considerada o menor mamífero marinho do mundo e tem seu habitat natural no Golfo da Califórnia, no México.
A Comissão Baleeira Internacional informou que no fim do ano passado, três vaquinhas nasceram no local elevando a população para 10 mamíferos.
Há algumas décadas, elas começaram a sofrer risco de extinção por causa da pesca da totoaba, um peixe muito procurado no mercado chinês, e que teria também atribuições medicinais.
O perigo começou quando, por viverem no mesmo habitat, as vaquinhas marinhas eram capturadas pela rede dos pescadores de totoaba. Entrelaçadas, involuntariamente, elas morriam asfixiadas.
A espécie foi identificada em 1958. Em 1997, um ano após ser declarada sob risco de extinção, havia 600 mamíferos, uma redução de 92% se comparada à quantidade atual.
Para chamar a atenção para a preservação do mamífero, foi criado o Dia Internacional da Vaquinha em 18 de julho.
O Pnuma pediu que todos redobrem seus esforços de preservar a espécie para evitar sua extinção com medidas estritas por parte das autoridades e dos setores envolvidos na pesca e captura na Golfo.
Esperança
Para evitar o perigo de desaparecimento das vaquinhas marinhas, as autoridades mexicanas proibiram o tipo de rede usada pelos pescadores e que prende os mamíferos, em 1992.
O comércio da totoaba é ilegal e, de acordo com as autoridades, é praticado por organizações criminosas. Mas desde o ano passado, com o nascimento de mais três mamíferos, reacendeu a esperança de que os animais possam sobreviver.
A conservação das vaquinhas será fundamental para salvar a espécie, listada entre 100 animais “distintos por evolução e em perigo globalmente”. Eles são parte da campanha “Feroz pela Vida”, do Pnuma, que foi estrelada pela embaixadora do Pnuma e ex-modelo Gisele Bündchen.
A agência da ONU informou que os cientistas da Comunidade Baleeira Internacional acreditam na recuperação da vaquinha do mar como resultado de aplicações rigorosas da lei para punir a pesca ilegal e o uso de redes que danifiquem os animais em toda a área de proteção.
Conservação
A chefe do Pnuma no México, Dolores Barrientos, disse que está seguindo o progresso de conservação que depende da aplicação da pesca não-predatória na área.
As ações de proteção da vaquinha marinha e conservação são parte da Iniciativa de Sustentabilidade para o Norte do Golfo da Califórnia.
O governo mexicano também criou o Comitê Internacional para a Recuperação da Vaquinha, que proíbe a pesca noturna, e exige que os barcos que operam na zona protegida sejam monitorados em pontos de entrada e saída.
A preocupação do Pnuma é com a insuficiências das medidas para conter a pesca predatória e a proteger o mamífero.