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Artigo

O “movimento” entre os profissionais de logística e transportes

Marco Antonio Oliveira Neves

26/04/2024 06h07

Foto: Divulgação

De alguns anos para cá notamos um interessante “trânsito” de profissionais da área de logística, migrando de embarcadores para transportadoras e operadores logísticos.

Algo incomum e improvável nas décadas anteriores, essa migração de lado tem ocorrido com relativa frequência nos últimos anos, especialmente envolvendo profissionais na faixa dos 40 e 50 anos.

Embora isso possa parecer irrelevante para algumas pessoas, essa mudança é altamente benéfica para as empresas e profissionais, especialmente se esse contingente estiver ocupando posições de comando nas transportadoras e operadores logísticos.

Grandes e médios embarcadores normalmente se posicionaram na vanguarda ao tratarmos de aspectos como inovações tecnológicas, governança, gestão do capital humano, sustentabilidade, etc. Essa excepcional oportunidade de vivenciar “na pele” todas essas transformações atribuem um gigantesco valor a esses profissionais, que agora tem a oportunidade e o desafio de “transferir” todo esse conhecimento para o outro lado, onde estão as transportadoras e os operadores logísticos, que concentraram muitas vezes seus esforços na operação, deixando de priorizar outros importantes aspectos do negócio, como o planejamento tático e estratégico, administração orçamentária, gestão de pessoas, processos operacionais e administrativos, etc.

Atuar do lado de lá, de quem opera e não de quem contrata, pode ser uma experiência valiosa para o profissional de logística e transportes. Enxergar a cadeia de suprimentos sob uma nova ótica permitirá vivenciar uma experiência marcante e extremamente proveitosa.

São dois ambientes extremamente distintos, e essa adaptação pode não ocorrer naturalmente. Não será fácil, mas seguramente será enriquecedor.

Nos embarcadores a estabilidade é maior, porém a mobilidade é menor. A estrutura hierárquica é mais complexa, além de mais rígida. A empresa é mais impessoal. Normas e procedimentos já alcançaram um determinado nível de maturidade e não existe espaço para inventar. A flexibilidade é menor. Tendem a ser mais burocráticas e a ter menor tempo de resposta diante das adversidades do mercado. Embora mais demoradas, as respostas tendem a ser mais assertivas.

Nas transportadoras e operadores logísticos a estabilidade é menor; muitas vezes a sua posição está atrelada a um ou mais contratos existentes. Sua mobilidade é muito maior, para cima e para o lado. Você pode ascender rapidamente a novas posições. A autonomia também tende a ser muito maior, porém o nível de organização e formalidade é menor, existindo infinitas oportunidades para a melhoria interna. A empresa é mais pessoal. São mais ágeis, mais dinâmicas e menos burocráticas. Embora exista velocidade, as respostas podem não ser as ideais, gerando retrabalho.

O movimento inverso, das transportadoras e operadores logísticos para os embarcadores ainda não é algo tão comum, mas é possível que isso ocorra com maior intensidade no futuro. O inverso já é realidade.

Você está disposto a embarcar nessa interessante aventura, que poderá lhe proporcionar compartilhar conhecimento e, ao mesmo tempo, aprendizado? Esteja atento! E sucesso no caminho que optar!

Marco Antonio Oliveira Neves - diretor da Tigerlog Consultoria, Hunting e Treinamento em Logística.

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos seus autores. Não representa exatamente a opinião do MODAIS EM FOCO.