04/12/2024 10h11
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Após um período ligeiramente mais lento, o mercado de fretamento de contentores acelerou ao longo da última quinzena, com um elevado nível de contratos destacando a forte procura subjacente por capacidade. Mesmo os grandes navios, que foram atenuados nos últimos meses devido à escassez de navios, registaram uma atividade recorde, com a MSC em particular a garantir vários navios de 8.000 a 10.000 TEUs em pacotes com entregas futuras até 2027. Esta onda de contratos futuros é um movimento ousado e resta saber se outros copiarão a estratégia da companhia marítima com sede em Genebra, relata Alphaliner.
Em qualquer caso, o contrato a prazo está a tornar-se o nome do jogo e já não se limita aos maiores navios. Um número crescente de navios de menos de 3.000 TEUs, especialmente unidades com especificações mais elevadas (unidades energeticamente eficientes como Chittagongmax' ou Bangkokmax também são recentemente contratadas ou ampliadas com acordos que entrarão em vigor no segundo trimestre de 2025, que, historicamente , é uma data muito precoce para este tipo de embarcação. Estes contratos iniciais ilustram a confiança na evolução do mercado e também realçam o desejo de ser feito com (e reter) navios fretados da mais alta qualidade.
Por outro lado, as entregas de novos navios continuam a fluir, mas até agora não conseguiram alterar os equilíbrios do mercado, graças em parte aos volumes de carga melhores do que o esperado, apesar da época baixa, como desvios de rota para o Cabo da Boa Esperança. A ociosidade da frota permanece mínima e o número de navios no mercado mundial de fretamento à vista é anedótico, com apenas seis (pequenos) navios à procura de novo emprego.
Os navios Panamax clássicos (4.000-5.299 TEUs) continuam a ter grande procura e a oferta é suficientemente escassa para manter as taxas de fretamento em níveis sólidos. Unidades padrão úteis de 4.250 TEUs ainda podem ser contratadas por US$ 35.000/dia por períodos de 36 meses, com entregas futuras que podem chegar até 2025. Essas embarcações podem render cerca de US$ 37.000-38.000 para entregas mais urgentes e até US$ 51.000- $ 52.000 por períodos de alguns meses. Dada a constante baixa disponibilidade de navios e apesar da presença de sublocações no mercado, as taxas neste segmento deverão permanecer sólidas no curto prazo, dada a procura sustentada.
Os navios de 2.700-2.900 TEU continuam a ser muito populares entre os afretadores, o que, dada a constante restrição de oferta, mantém as taxas de frete em níveis saudáveis (e crescentes). Entre os contratos de afretamento recentes, destaca-se o “Martinica” de 2.824 TEUs, que foi estendido para servir nas Américas por 24 meses a US$ 27 mil/dia, o que destaca um novo aumento nas tarifas. Entretanto, foi relatado que uma unidade ligeiramente menor de 2.764 TEUs, construída em 2004, foi fretada por 12 meses a 33.000 dólares/dia, uma taxa atrativa para um navio com vinte anos de idade.
Fonte: Mundo Marítimo