09/08/2020 08h13
Foto: Divulgação
As tradicionais empresas ligadas às commodities perderam espaço para as companhias ligadas à tecnologia. O Mercado Livre assumiu o primeiro lugar no quesito empresa mais valiosa da América Latina, desbancando Vale e Petrobras.
No fechamento do mercado da sexta (7), a companhia de comércio eletrônico da Argentina registrou US$ 59,3 bilhões em valor de mercado, de acordo com a Economática. Em segundo lugar ficou a Vale, com US$ 57,1 bi de capital de mercado, seguida pela Petrobras, que totalizou US$ 55,5 bilhões.
Além das empresas do setor de commodities, o Mercado Livre se tornou mais valioso do que a America Movil (US$ 41,8 bilhões), empresa mexicana do setor de telecomunicações, e também a Ambev (US$ 38,6 bilhões), do setor de bebidas.
A manutenção do primeiro lugar do Mercado Livre ocorre mesmo diante da desvalorização de 2,13% em suas ações na sessão desta sexta na Bolsa de Nova York.
— Esse é o novo mundo, as empresas digitais vão seguir apresentando crescimento exponencial. A pandemia intensificou as experiências domésticas, com pessoas comprando mais por canais digitais. Quem conseguiu atender a esta demanda, apresenta bons resultados mesmo diante de dificuldade econômicas globais — destaca Maurício Pedrosa, gestor da Áfira Investimentos.
De fato, as "big techs" vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado internacional. A Apple, por exemplo, vale US$ 1,9 trilhão. A Exxon Mobil, do setor de combustíveis e que por um longo período foi a maior companhia dos EUA, vale US$ 183,6 bilhões.
— Uma diferença importante é que as empresas de tecnologia não necessitam de grandes investimentos físicos e nem de grande capital para serem geridas. Isso contribui para uma valorização robusta e constante das companhias do setor — complementa Pedrosa.
Balanços recordes
Apenas com a venda de iPhones, a Apple faturou US$ 26,42 bilhões entre abril de junho, US$ 4 bilhões acima do esperado, segundo dados do IBES. No total, as receitas foram de US$ 59,69 bilhões, com lucro líquido de US$ 11,3 bilhões.
Para o Facebook, as expectativas eram de queda de 3% no faturamento no segundo trimestre, pela redução dos gastos das empresas com publicidade, mas a companhia soube aproveitar o aumento do tráfego on-line provocado pela pandemia para aumentar suas receitas em 11%, para US$ 18,7 bilhões.
O lucro líquido praticamente dobrou, de US$ 2,6 bilhões para US$ 5,19 bilhões. Mas esse crescimento se deve mais às perdas no ano passado, quando a empresa pagou multa de US$ 2 bilhões relacionada com a privacidade.
A Amazon aproveitou o período de quarentena dos consumidores para impulsionar suas vendas. A gigante do varejo on-line registrou no segundo trimestre do ano o maior lucro nos seus 26 anos de história. As receitas dispararam em 40% em relação a 2019, para US$ 88,9 bilhões, com lucro líquido de US$ 5,2 bilhões, o dobro do alcançado no ano passado.
Fonte: O Globo