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O progresso do cessar-fogo no Mar Vermelho e o aumento do número de navios porta-contentores que retomam a rota do Canal de Suez estão a moldar um novo panorama para o transporte marítimo de carga geral. De acordo com as estimativas da Drewry, o regresso gradual da navegação pelas vias navegáveis ​​egípcias poderá gerar maior concorrência, exercer uma ligeira pressão descendente sobre as taxas diárias e reduzir a procura de toneladas-milhas para navios de projeto.

Embora o otimismo esteja crescendo, os operadores permanecem cautelosos: o tráfego pelo Canal de Suez ainda está abaixo dos níveis pré-crise. A Drewry prevê que a recuperação da carga geral será gradual, com a restauração completa dos fluxos e da eficiência operacional até o final do primeiro semestre de 2026.

O retorno dos contêineres e seu efeito sobre a carga geral.

Se o tráfego de navios porta-contentores voltar ao normal, o aumento repentino de embarcações poderá causar congestionamento nos portos antes que a estabilidade total seja alcançada. Para os proprietários de carga, a decisão continuará a ser baseada nos custos: prêmios de seguro e portagens do Canal de Suez mais elevados, ou rotas mais longas e com maior consumo de combustível via Cabo da Boa Esperança.

Para o segmento de carga geral, o retorno em massa de navios porta-contêineres ao Canal de Suez implicaria:

• Aumento da concorrência no setor de cargas gerais , visto que algumas mercadorias poderiam ser transferidas de volta para contêineres a custos mais baixos.
• Disputa sobre bens "substituíveis" , como bobinas de aço, produtos ensacados, máquinas paletizadas, tubos e pequenos módulos.
• Pressão adicional para navios de carga geral , embora a natureza de parte de sua carga continue sendo mais adequada para embarcações multipropósito do que para navios porta-contêineres.

Impacto no transporte de cargas de projetos

O segmento de cargas de projeto — um dos mais afetados durante a crise devido aos desvios prolongados de rotas — também enfrenta crescente concorrência das companhias de navegação, que buscam capturar esse tipo de carga quando têm espaço disponível a bordo. Algumas optaram por transportar peças grandes fixadas em plataformas planas na seção intermediária do navio.

Se a rota do Mar Vermelho for totalmente aberta, a redução nas milhas náuticas navegadas liberará capacidade. Inicialmente, isso poderá diminuir as taxas de afretamento devido à menor utilização da frota; no entanto, a demanda sustentada por cargas de projetos, impulsionada por projetos de energia e industriais, poderá absorver rapidamente a capacidade adicional.

Ajustes para operadores e perspectivas de mercado

Navios de carga geral, menos expostos à crise do Mar Vermelho, terão tempos de trânsito e custos operacionais reduzidos caso o Canal de Suez retorne completamente à normalidade. Isso poderá levar a ajustes nos serviços, escalas portuárias e cronogramas para restabelecer a eficiência anterior.

Em termos gerais, a reabertura total do Canal de Suez:

• Isso liberará capacidade ao eliminar a rota pelo Cabo da Boa Esperança.
• Isso reduzirá as toneladas-milhas transportadas e a utilização das embarcações, impactando as receitas obtidas durante a interrupção.
• Isso aumentará a concorrência com os serviços de transporte marítimo de contêineres, exercendo uma leve pressão sobre as taxas à vista .
• Isso poderia gerar episódios de congestionamento portuário devido ao aumento repentino do tráfego.

Fonte:  Mundo Maritimo