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Artigo

Logística, com ou sem pandemia

Mauricio Prieto

07/04/2021 06h32

Foto: Ilustrativa

Os tempos que correm são, sem dúvida, desafiadores globalmente, mas boa parte das soluções deve ser encontrada localmente.

Cada país / região / setor já têm seus problemas estruturais, que são agravados pela situação atual.

Dessa forma, não é demais afirmar que com pandemia ou sem ela, a busca por condições para operar com melhor resultado depende, e muito, das próprias empresas.

Em que pese da necessidade premente de se lidar com a realidade às vezes desesperadora do momento, as organizações que pensaram anteriormente seus negócios de forma a garantir desempenho eficiente e eficaz, estão à frente em resultados. Não é diferente com o setor logístico.

Mas não ter se preocupado antecipadamente com os aspectos relacionados ao desempenho da organização não impede que se faça isso hoje. Afinal, amanhã pode não haver uma ameaça sanitária, mas sempre haverá uma ameaça.

São inúmeras as ações passíveis de aplicação no sentido de melhorar o desempenho das empresas. Aqui apresentamos duas orientações dirigidas às empresas de logística.

A primeira é investir em soluções digitais.

Internamente, é imprescindível que todos os controles, sejam administrativos ou operacionais, migrem da forma física para a digital. Os controles de frotas, de estoques, contábeis, de roteamento, de desempenho, de relacionamento com clientes e com fornecedores, todos devem sair do papel e transformarem-se em bits.

E não falamos aqui das onipresentes planilhas eletrônicas, mas de sistemas integrados de gestão que permitam a interconexão dessas informações. Adicionalmente, é fortemente indicado selecionar soluções hospedadas em servidores remotos (nuvem).

Isto porque num futuro próximo, tendo em vista a democratização do uso do Big Data e da Inteligência Artificial, o volume de dados demandado para tratamento será de uma ordem extraordinária. Há, ainda, a necessidade de atender o que, a partir de agora, passa a ser uma situação ordinária: o trabalho remoto (home office).

Além disso, a corroborar com a adoção de tais soluções, cada vez será mais necessária a integração dos sistemas internos com os externos, sejam eles de clientes, de fornecedores ou fiscais.

A outra indicação se relaciona com a observação de que a pandemia levou ao limite certas situações com as quais, rotineiramente, as empresas de logística já se deparavam.

As dificuldades de acesso, como as impostas por barreiras sanitárias; a intermitência na oferta de mercadorias, como resultado de faltas de insumos ou produtos ao longo das cadeias de suprimento; ou o represamento de mercadorias, dada a impossibilidade de manter um fluxo regular dessa mesma cadeia, não são novidade nessa área.

E a forma de se preparar para esses tipos de problema é investir em eficiência logística. Isso tem tudo a ver com o que já foi dito acerca de soluções digitais, mas também com o aprimoramento dos processos logísticos.

Estudar e entender as cadeias de suprimentos onde se está inserido dá a oportunidade de identificar suas deficiências e necessidades, além de permitir antecipar a possibilidade de certas ocorrências.

Uma vez que se compreenda a dinâmica de determinada cadeia, é mais fácil atuar para adequar seus próprios processos, de forma a atendê-la. Parte-se, então, para a aplicação de senso sistêmico aos processos existentes, promovendo a sua auditoria, diagnóstico e redesenho, o que trará maior eficiência à organização como um todo.

Empresas com sistemas organizados e processos eficientes têm custos mais enxutos e são, portanto, mais rentáveis. Também são mais ágeis em oferecer respostas às necessidades do mercado. Essas qualidades são desejáveis tanto em momentos de normalidade como em situações-limite.

Mauricio Prieto é sócio diretor da Synerhgon, empresa de consultoria multidisciplinar com foco no resultado. [email protected]

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