30/07/2020 07h37
Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil
As taxas de juros do rotativo e do cheque especial seguem caindo durante o período da pandemia, de acordo com as estatísticas de junho divulgadas pelo Banco Central (BC).
As duas modalidades mais caras do mercado seguem uma trajetória de queda desde março. No cheque especial, a taxa de 6,4% ao mês em junho representa uma nova redução depois da imposição de um limite de 8% ao mês pelo Banco Central.
Em fevereiro e março, a taxa já tinha ficado em 7,2%, caiu para 6,8% para abril e teve nova redução em maio, para 6,6%.
Já o cartão de crédito na modalidade rotativo (quando o cliente não paga o valor integral da fatura até a data de vencimento) registrou a terceira queda seguida neste ano. Em março, os juros estavam em 12,9% ao mês e agora estão em 12,3% ao mês.
A taxa básica de juros, a Selic, está em 2,25%. A Selic serve como um guia para as instituições financeiras estabelecerem as suas taxas de juros nos financiamentos. Uma taxa Selic mais baixa tende a baixar o custo de empréstimos.
Em geral, as taxas de juros para recursos livres, modalidade sem direcionamento do governo, também tiveram queda. Para empresas, a taxa caiu de 14,2% ao ano em maio para 13% em junho. Já para pessoas físicas, a queda foi de 42,9% ao ano para 40,7% no mesmo período.
As taxas de inadimplência também tiveram queda de 4% em maio para 3,7% em junho. Apesar da redução, a variação para baixo ainda está dentro dos patamares do ano passado, quando variou de 3,7% a 4%. A inadimplência é um dos fatores que as instituições financeiras levam em conta ao estabelecer as taxas de juros.
Entre maio e junho, a inadimplência de empresas caiu de 2,4% para 2% e de pessoas físicas caiu de 5,5% para 5,2%.
Concessões
Depois de dois meses seguidos de quedas nas concessões de crédito, o nível voltou a subir. Para pessoas físicas, a estatística pulou de R$ 126 bilhões em maio para R$ 144 bilhões em junho, ainda um pouco abaixo do nível pré-crise quando, em fevereiro, o sistema de crédito concedeu R$ 153,3 bilhões.
Nas concessões para empresas, o nível voltou ao de junho do ano passado. Em junho deste ano, foram concedidos R$ 140,6 bilhões contra R$ 141,5 bilhões em 2019. O número representa um aumento de 10,3% também na comparação com maio de 2020.
O crédito para capital de giro, muito procurado pelas empresas para se sustentar durante o período de isolamento social, mantém patamares acima dos meses anteriores à pandemia. Em junho deste ano, o sistema concedeu R$ 37 bilhões nesta modalidade, contra R$ 19,7 bilhões no mesmo período de 2019.
Já as compras no cartão de crédito à vista, que servem como termômetro do aumento de consumo, vêm subindo depois de uma queda brusca em março. Entre maio e junho, a concessão nessa modalidade subiu 3,7%. No entanto, os níveis ainda estão abaixo dos patamares anteriores à pandemia, com uma queda de 12,2% no trimestre.
Fonte: O Globo