01/08/2025 11h29
Foto: Gerdau - Divulgação
Em razão do alto nível de importações de aço, a Gerdau demitiu cerca de 1.500 colaboradores no Brasil entre janeiro e julho deste ano, informou o CEO do grupo, Gustavo Werneck. Segundo o executivo, a empresa também já decidiu que reduzirá o volume de investimentos no mercado brasileiro nos próximos anos.
Os desligamentos foram se intensificando ao longo dos últimos meses e aceleraram ainda mais na última semana, após não terem sido anunciadas medidas adicionais de defesa comercial na reunião do Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) do dia 24, conforme era esperado. Os cortes no quadro de funcionários dos últimos dias se concentraram, sobretudo, nas usinas de aços especiais em Pindamonhangaba e Mogi das Cruzes, em São Paulo.
Quanto aos desembolsos, Werneck havia sinalizado em fevereiro que a empresa poderia revê-los se o governo federal não impusesse novas medidas para conter as importações, consideradas desleais. Como não ocorreu nenhuma mudança real, a Gerdau tomou a decisão de não aplicar no Brasil, a partir de 2026, as mesmas cifras dos últimos anos – de cerca de dois terços dos aportes totais do grupo, que giram em torno de R$ 6 bilhões por ano.
Ebitda ajustado de R$ 2,6 bilhões
A Gerdau concluiu o segundo trimestre de 2025 com Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 2,6 bilhões, com margem Ebitda ajustada de 14,6%. O lucro líquido ajustado da Companhia totalizou R$ 864 milhões entre abril e junho, enquanto a receita líquida somou R$ 17,5 bilhões e as vendas físicas de aço alcançaram 2,8 milhões de toneladas.
"Ao longo do segundo trimestre de 2025, o mercado norte-americano mostrou-se resiliente e com níveis saudáveis de demanda por aço como reflexo de um cenário mais favorável à produção doméstica, com um leve crescimento registrado nos volumes entregues localmente. Além disso, destaco que a Operação América do Norte contribuiu com 61% do Ebitda consolidado entre abril e junho e manteve altos níveis de utilização de capacidade. Por sua vez, o mercado brasileiro seguiu bastante impactado pela entrada excessiva de aços longos e planos importados, que teve uma alta de 28,8% no primeiro semestre", afirma Gustavo Werneck, CEO da Gerdau. "A Gerdau segue preparada para atuar diante de cenários macroeconômicos incertos, como o que temos enfrentado no mercado global, mas ressalto a importância de termos condições isonômicas de competitividade no mercado brasileiro para assegurarmos a sustentabilidade do nosso negócio."
Fonte: Diário do Comércio