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Economia

Franchising brasileiro cresce 14,4% e avança para interior

Segundo pesquisa da ABF, sete em cada dez municípios já têm franquias em operação

27/10/2025 08h23

Foto: Divulgação

O setor de franquias mantém ritmo acelerado de expansão e consolida presença fora das grandes capitais brasileiras. Dados apresentados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que o franchising nacional registrou um faturamento de R$ 287,1 bilhões nos 12 meses encerrados em junho de 2025 — um crescimento de 14,4% em relação ao mesmo período anterior.

O presidente da ABF, Tom Leite, destacou que o setor já responde por cerca de 2,3% do PIB brasileiro, com mais de 200 mil unidades franqueadas e 1,7 milhão de empregos diretos, sendo 17% de primeiro emprego. “O franchising se consolidou como uma força de inclusão produtiva e geração de renda. Nosso grande diferencial é a capacidade de se adaptar e se espalhar pelo país”, afirmou.

O estudo divulgado pela ABF mostra que 69% dos municípios brasileiros já contam com pelo menos uma franquia em operação — avanço de oito pontos percentuais em um ano. No total, são 3.828 cidades com presença de marcas franqueadas. Segundo Leite, o movimento é impulsionado por modelos mais leves e de baixo investimento, como microfranquias, quiosques, unidades móveis e dark kitchens, que reduzem custos e viabilizam a entrada em mercados menores.

“O interior vem se tornando o novo eixo de crescimento do franchising”, afirmou o vice-presidente da ABF, Décio Pecin. “Metade das novas unidades abertas fora das capitais estão concentradas no interior de São Paulo, mas vemos também forte expansão em polos como Jundiaí, Londrina, Uberlândia, Campo Grande e Florianópolis.”

Cidades e estados em destaque

Entre os municípios com maior variação de faturamento no primeiro semestre de 2025, Porto Alegre lidera o ranking, impulsionada pela retomada econômica após as enchentes no Rio Grande do Sul. Em seguida aparecem Jundiaí (SP), Santos (SP), São Paulo, Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Londrina (PR) e Uberlândia (MG).

Os estados com melhor desempenho foram Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rondônia, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul — muitos deles beneficiados pela safra recorde de soja e milho, pela queda histórica da taxa de desemprego e pelo crescimento dos setores de serviços e logística.

Os segmentos que mais cresceram em faturamento, dentro dos 30 principais municípios analisados, foram alimentação e comércio/distribuição, seguidos de saúde, beleza e bem-estar, limpeza e conservação e serviços automotivos.

A sazonalidade da Páscoa impulsionou as chocolaterias, enquanto o aumento dos minimercados e mercados de bairro reforçou o avanço do varejo alimentar. No campo da saúde e beleza, destacam-se as academias, estúdios de pilates e spas, além de clínicas de estética. O segmento de educação também vem ganhando força, sobretudo com o crescimento de modelos digitais e híbridos de ensino, reflexo das transformações pós-pandemia.

Microfranquias em alta

As microfranquias, com investimento inicial de até R$ 135 mil, continuam crescendo e atraindo novos empreendedores. Segundo Pecin, o formato misto — que combina modelos tradicionais e microfranquias — já é uma tendência consolidada. “Os franqueados buscam negócios mais acessíveis, com retorno rápido e flexibilidade. Isso explica o aumento das microfranquias e das unidades móveis, como carrinhos, contêineres e lojas pop-up”, explicou.

A interiorização também é favorecida pelos custos mais baixos de ocupação e operação e pela menor saturação de mercado nas cidades médias e pequenas. Além disso, a melhoria da infraestrutura, o avanço da digitalização e a expansão do consumo local criam novos polos regionais de desenvolvimento.

“Hoje, sete em cada dez municípios brasileiros têm pelo menos uma franquia. O franchising é um espelho do Brasil real, que cresce fora das capitais, com empreendedorismo, trabalho e inovação”, concluiu Tom Leite.

Fonte: Correio Braziliense