06/03/2025 09h15
Foto: Vale - Divulgação
Com aproximadamente 1.000 quilômetros de extensão, a Estrada de Ferro Carajás (EFC) completou 40 anos. Inaugurada em 28 de fevereiro de 1985 inicialmente apenas para o transporte de cargas, a ferrovia administrada pela Vale levou 423 mil passageiros entre a capital do Maranhão, São Luis, e Parauapebas (PA) no ano passado. A ferrovia, que interliga 28 municípios, tem sido utilizada para o transporte de minério de ferro, grãos, combustíveis e passageiros, tornando-se um corredor logístico relevante para a região.
A ferrovia teve sua construção iniciada em 1982, com o objetivo principal de transportar minério de ferro e manganês da mina de Carajás até o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão. O Trem de Passageiros começou a operar no ano seguinte à inauguração da ferrovia, em 1986.
Foto: Vale - Divulgação
Nos últimos 40 anos, a capacidade de transporte da EFC aumentou significativamente, passando de 30 milhões de toneladas por ano para cerca de 240 milhões de toneladas anuais. Em 2024, a ferrovia movimentou 176,47 milhões de toneladas de minério de ferro, além de 10,9 milhões de toneladas de grãos e 2,1 bilhões de litros de combustível. O Trem de Passageiros, que atende a população ao longo do trajeto, registrou um total de 423 mil usuários no último ano, um recorde desde a sua inauguração.
De acordo com o diretor de operações da EFC, João Silva Júnior, ao celebrar 40 anos, a ferrovia reforça sua contribuição para o desenvolvimento da Amazônia Legal. “A ferrovia Carajás representa integração para comunidades inteiras e, também, crescimento sustentável e inovação tecnológica na nossa região”, destaca.
A operação da ferrovia conta com a implementação de novas tecnologias, como inteligência artificial, para monitoramento e manutenção da linha férrea. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a EFC é classificada como a ferrovia mais segura do Brasil. O controle das operações é feito por um centro de monitoramento que funciona 24 horas por dia, garantindo a circulação média de 60 trens diários.
Além do papel logístico, a EFC também está presente em iniciativas voltadas para as comunidades vizinhas. Projetos nas áreas de educação e saúde são desenvolvidos em parceria com instituições locais, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento social nos municípios ao longo do trajeto da ferrovia.
Com quatro décadas de operação, a Estrada de Ferro Carajás continua sendo um dos principais modais de transporte da região, contribuindo para o escoamento de cargas e para a mobilidade de passageiros entre o Pará e o Maranhão.
Foto: Vale - Divulgação
Transporte de passageiros
Trens de passageiros interestaduais, como é o caso da Carajás, são raridade no país. Além dele, há somente mais um que faz o transporte regular, o da Estrada de Ferro Vitória a Minas, também operado pela Vale e que faz diariamente a rota entre Cariacica (ES) e Belo Horizonte.
O Carajás tem três partidas semanais de São Luis e outras três da cidade paraense, cenário que deverá mudar a partir do segundo semestre de 2027, quando as operações passarão a ser diárias, segundo João Silva Júnior, diretor de operações da EFC. A medida é parte do contrato de antecipação das concessões firmado entre a Vale e o governo federal em 2020.
Cada viagem, em média, transporta 1.300 pessoas, com taxa de ocupação de 92% nos 20 carros de passageiros utilizados –entre as classes executiva e econômica. Nos meses de pico, como janeiro, julho e dezembro, o número se aproxima de 2.000 passageiros por viagem.
Mas nem todas embarcam no mesmo local nem têm o mesmo destino, justamente pelas características da ferrovia, que em muitos casos substitui o ônibus por ter tarifas mais baixas. Na classe econômica, o bilhete inteiro de ponta a ponta da ferrovia custa R$ 90. A EFC tem, em sua totalidade, cerca de mil quilômetros de extensão, com trilhos em 28 municípios.
A viagem para os passageiros é feita em 16 horas de viagem, com 15 pontos de parada nos dois estados. As cinco estações principais são as de São Luis, Santa Inês, Açailândia, Marabá e Parauapebas.
No ano passado, quando 64 municípios maranhenses decretaram estado de emergência devido às chuvas, a única comunicação entre Santa Inês e Alto Alegre do Pindaré foi por meio da ferrovia. Ambulantes, comerciantes, pessoas que se deslocam para consultas médicas ou estudantes são frequentes nos vagões.
O trem é climatizado, sistema que foi adotado numa modernização ocorrida em 2014, e conta com carros restaurante, geradores, para PCDs e a ferrovia também oferece uma sala de acolhimento para crianças autistas.