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Economia

Endividamento em Salvador é o mais elevado desde junho de 2015

Desde o início da crise em março, o endividamento subiu 16,6 pontos percentuais

28/06/2020 11h29

Foto: Divulgação

A pandemia do coronavírus provocou uma forte deterioração nas condições econômicas das famílias soteropolitanas. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Fecomércio-BA, a taxa de famílias endividadas na capital baiana subiu de 57,1% em maio para 64,1%, o maior patamar desde junho de 2015.

O endividamento subiu 16,6 pontos percentuais, desde o início da crise em março, o que representa um aumento de 154,3 mil famílias que têm algum tipo de dívida, para o total atual de 594,2 mil. Quem revela esses dados é o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

Segundo o economista, a inadimplência também subiu em junho, de 21,6% para os atuais 28,7%. “São 266 mil famílias que não conseguiram pagar a data do vencimento, 65,4 mil a mais do que no mês anterior e 111 mil superiores ao registrado em março”, explica Guilherme Dietze.

Dietze afirma também que a quantidade de consumidores que já dizem que não terão condições de pagar a dívida em atraso atingiu o maior percentual desde fevereiro de 2012, com 13%, acima dos 9,1% de maio e dos 5,7% de abril. “Atualmente, são 120 mil famílias em Salvador nesta situação mais delicada”.

O cartão de crédito continua despontando como o principal tipo de dívida, 91,6%. Na sequência vem outros tipos de dívidas com 8,1%. Na faixa dos 6% estão os carnês (6,6%), seguido do crédito consignado (6,5%) e crédito pessoal (6,1%).

A Fecomércio-BA orienta os consumidores antes de tudo a renegociarem as dívidas. “Com a taxa básica de juros a 2,25%, é importante trocar uma dívida cara como a do cartão de crédito ou cheque especial por uma mais barata como o crédito pessoal ou, se a pessoa estiver empregada, pode oferecer o crédito consignado. É o momento do ganha-ganha, ou seja, os bancos e financeiras não querem deixar de receber e os consumidores podem topar arcar a dívida a um custo mais baixo”, pontua o economista.

Para a economia em geral será importante que o consumidor fique em dia com os seus compromissos. No momento de reabertura mais ampla da economia, ter capacidade de consumo e de contração de crédito dará uma tração a mais para a retomada. Portanto, é o momento de cautela e organização enquanto a pandemia perdurar.