16/09/2024 06h06
Foto: Divulgação
Atendendo à chamada para ação da Década do Oceano (2021-2030 / ONU), que orienta no sentido de conscientizar a população sobre a importância dos oceanos, o IBGE adicionou oficialmente os 5,7 milhões de km² do território molhado da Amazônia Azul ao biodiverso território brasileiro de 8,5 milhões de km², passando a área territorial nacional a ter, ao todo, 14,2 milhões de km².
Publicado no Diário Oficial da União e já adotado nos livros escolares, o novo mapa evidencia regras e as políticas públicas sobre o Brasil do mar, estimulando a educação e o empreendedorismo costeiro e marítimo.
O ´II Fórum Nacional de Economia do Mar´, promovido pelo Ministério Público Federal (MPF), Marinha, Associação Comercial da Bahia (ACB), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e a Autoridade Portuária Federal da Bahia (APFB/Codeba) reuniu, em Salvador, autoridades, empresários, academia e a sociedade civil de todo o País, para debater inovações nos negócios do mar.
Durante o evento, o complexo formado pela cidade do Salvador e a Baía de Todos os Santos, conhecido como Capital da Amazônia Azul, foi apontado, pelo posicionamento histórico e geoeconômico, como local adequado para sediar o novo Centro Nacional de Economia do Mar do Sebrae Nacional, por ser central à costa nacional, ser berço da civilização brasileira, ter a maior baía do País e ter maior litoral entre os estados brasileiros, com 46 municípios costeiros.
A economia do mar emprega, entre formais e informais, aproximadamente 21 milhões de pessoas e gera mais de R$ 530 bilhões em salários no país.
Na Amazônia Azul circulam 95% do comércio exterior brasileiro, 95% do petróleo, 80% do gás natural e 45% do pescado. A economia do mar emprega, entre formais e informais, aproximadamente 21 milhões de pessoas e gera mais de R$ 530 bilhões em salários no país. O mar brasileiro também guarda recursos não-vivos que representam fontes de riquezas minerais para o país, e contém grande variedade de organismos marinhos de valor biotecnológico para fármacos, cosméticos, alimentos e agricultura. Um ambiente com maciça presença de pequenos e micro empreendedores do mar, que precisam da assistência do Sebrae.
Escrevendo história, a Associação Comercial da Bahia (ACB), cuja pedra fundamental foi lançada em 1808 por D. João VI quando, em Salvador, assinou o Decreto Real de “Abertura dos Portos às Nações Amigas”, estimula, como integrante do Pacto Global há 10 anos, a criação de um Cluster Tecnológico Naval na Bahia, reunindo a academia, empresários, instituições públicas e privadas, voltados para o desenvolvimento da mentalidade marítima baseados na Lei nº 14.672/24, promulgada pela Assembleia Legislativa, que criou a Política Estadual de Incentivo à Economia do Mar.
O Centro Nacional da Economia do Mar, segue Gandhi quando ensina: “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”. Articulando a inteligência artificial na educação empreendedora para o mar incentivada pela International Maritime Organization (IMO), e baseado nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS/ONU), será um polo de referência do mar, atuando na promoção dos pequenos negócios e impulsionando o desenvolvimento territorial dos biomas costeiro e marinho, tocados pela Amazônia Azul.
Eduardo Athayde - diretor do WWI no Brasil e membro da Comissão de Economia do Mar da Associação Comercial da Bahia, [email protected]
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