Foto: Fernanda Vidotti

O comércio online brasileiro segue em alta, mesmo com o retorno das vendas presenciais, e a projeção é de crescimento em 2022. Se o e-commerce cresce, as entregas porta a porta seguem o mesmo ritmo, o que multiplica o número de veículos nas ruas. A natureza reclama. A última milha representa a maior parcela das emissões de CO² na logística do varejo.

Enquanto isso, uma solução logística mais ecológica ganha força entre as grandes empresas de varejo e as PMEs no Brasil: os smart lockers. Segundo o relatório Green Last Mile Europe 2022, da consultoria Last Mile Experts, um armário de encomendas reduz as emissões de CO² em até 13.845 kg por ano, o que corresponde à purificação da atmosfera por 2.769 árvores.

Mesmo que os dados se refiram ao uso de lockers em outros países, o potencial de impacto ambiental da solução se mantém. Isto porque, em vez de fazer 50 entregas em endereços diferentes, por exemplo, um veículo gasta combustível e emite CO² para ir a apenas um endereço - o local onde fica o locker - uma redução de poluentes que pode atingir até 2/3 em comparação às entregas em domicílio, de acordo com a análise.

Ao tornar a logística da última milha mais eficiente, garantindo que as encomendas cheguem aos seus destinatários na primeira vez, há também diminuição significativa da poluição sonora e congestionamentos locais e em estradas

A redução de emissão de poluentes acontece na entrega comum e, também, na logística reversa (grande dor de cabeça para empresas e consumidores e fator de muitas idas e vindas de veículos pelas cidades). Com os armários inteligentes, o mesmo carro que abastece o locker aproveita para coletar e levar as devoluções ao centro de distribuição, economizando tempo e poupando a atmosfera.

"É preciso destacar a urgente necessidade de educar o consumidor brasileiro sobre os benefícios das entregas nos lockers para então gerar impactos positivos para o meio ambiente em grande escala. Quem já usa os armários, no Brasil, pode comprovar a praticidade e a economia dessa solução, já que ela, muitas vezes, pode reduzir o valor do frete para o consumidor", destaca o diretor executivo da Clique Retire, Gustavo Artuzo.

"A Clique Retire é uma parceira incrível, pois permite que eliminemos parte da emissão de CO2 gerada na última etapa da entrega. Com os consumidores realizando cada vez mais compras online, esperamos que a adoção dos lockers aumente e possamos continuar diminuindo nosso impacto, dando mais um passo em nossa jornada de zerar as emissões de carbono até 2040", afirma Fábio Carvalho, diretor de Supply Chain da Printi, gráfica online especializada em produtos personalizados.

Wellington Amorim Jr. morador do bairro de Laranjeiras, é um exemplo de consumidor que sofria com as repetidas tentativas de entregas em seu prédio (sinônimo de ainda mais emissão de CO2 na atmosfera). "Temos apenas um porteiro e muitas vezes as entregas aconteciam no horário de almoço dele ou quando estava limpando os corredores. Era um transtorno ser avisado que a encomenda havia voltado e que teria que esperar até três tentativas para, só depois, poder buscar numa agência. Isso acabou. Os lockers trouxeram muita facilidade para minha vida", relata.

A Clique Retire opera smart lockers no país desde 2019 e já está em 75 cidades, de 19 estados, com crescimento constante de 30% ao mês. É uma empresa líder no país na tecnologia dos armários inteligentes em rede, instalados em locais de grande circulação, como estações de metrô, trens, shoppings e postos de combustíveis. Os lockers da Clique Retire são adotados pelas maiores redes de varejo e o negócio já teve aportes de mais de R$ 80 milhões. A previsão é de 15 mil lockers em cinco anos.