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Sustentabilidade

Dia Mundial do Meio Ambiente: ONU pede tratado contra plásticos

Metade das mais de 400 mi de toneladas de plástico é projetada para ser usada apenas uma vez; menos de 10% são recicladas

05/06/2025 11h32

Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira (5), é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Este ano, o tema é “Acabe com a poluição por plástico” e o foco é reduzir a poluição causada pelo uso indevido do plástico, que já contamina oceanos, rios, solos e até nossos corpos, por meio dos microplásticos.

De acordo com dados da organização, o mundo deve consumir cerca de 516 milhões de toneladas de plástico apenas em 2025, e até 2060 esse número pode ultrapassar 1,2 bilhão de toneladas por ano. O problema se agrava pelo baixo índice de reciclagem, já que apenas 9% de todo o plástico produzido é reciclado. No entanto, a própria ONU afirma ser possível cortar poluição plástica em 80% até 2040.

Este ano, a Coreia do Sul foi escolhida como país anfitrião do Dia Mundial do Meio Ambiente, com eventos oficiais em torno do combate aos poluentes plásticos, e acontece na Ilha de Jeju, conhecida pela sua biodiversidade. A data antecede uma importante reunião da ONU que acontecerá em agosto, na Suíça, com o objetivo de fechar um tratado global contra a poluição plástica.

As comemorações vão além de discursos oficiais sobre o combate ao lixo plástico. Diversas organizações ambientais e governos estão promovendo eventos e compromissos concretos para enfrentar o problema.

Os desafios são aumentar a reciclagem e incentivar o uso de materiais biodegradáveis e mudar a lógica da produção e do consumo, incentivando uma economia circular que minimize os danos ao meio ambiente.

O tema deste ano é um chamado urgente para que governos, empresas e pessoas comuns adotem hábitos mais sustentáveis, como o uso consciente e a reutilização do plástico. Não se trata de eliminar o material, mas de garantir que ele seja usado de forma responsável e circular, sem se transformar em lixo permanente na natureza.

Secretário-geral da ONU, António Guterres - Foto: Divulgação

Em mensagem de vídeo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a conta está sendo paga pelos ecossistemas e que o mundo precisa de um tratado contra o plástico mais ousado.

Segundo Guterres, a poluição dos plásticos sufoca o planeta, prejudica os ecossistemas, o bem-estar e o clima. Resíduos plásticos também entopem rios, poluem oceanos e colocam a vida selvagem em perigo.

A ONU estima que 11 milhões de toneladas de plásticos acabem em lagos, rios e mares anualmente. Isso equivale aproximadamente ao peso de 2,2 mil Torres Eiffel juntas.

Metade das mais de 400 milhões de toneladas de plástico, produzidas anualmente pelo globo, é projetada para ser usada apenas uma vez.

São 50 mil partículas de microplástico por pessoa

Cada pessoa consome, em média, mais de 50 mil partículas de plástico por ano. Se for levada em conta a inalação, este número é ainda maior.
Para o secretário-geral da ONU, trata-se de uma urgência global. Guterres afirma que é preciso ir mais longe e mais depressa com políticas de redução de plásticos de uso único e de melhorias da gestão de resíduos.

Tratado contra a Poluição Plástica

O líder das Nações Unidas lembrou que em agosto, os países vão se reunir para elaborar um novo tratado global para acabar com a poluição plástica. Para ele, é preciso um acordo ambicioso, fiável e justo.

Uma das prioridades segundo o secretário-geral é de que o tratado abranja o ciclo de vida do plástico e responda às necessidades das comunidades.

Negociadores devem retornar à mesa de negociações. Guterres lembra que o acordo deve ser implementado de forma rápida e completa.

Este ano, o Dia Mundial do Meio Ambiente se une à campanha #BeatPlasticPollution, Combata à Poluição Plástica, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.

A campanha quer mobilizar comunidades em todo o mundo a implementar e defender soluções. A agência da ONU lembra que o tempo está se esgotando e a natureza está em modo de emergência.

Para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C neste século, será preciso reduzir pela metade as emissões de gases de efeito estufa até 2030.