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Artigo

Desmistificando o Planejamento Estratégico

Mauricio Prieto

06/10/2021 12h00

Foto: Ilustrativa

O Planejamento Estratégico tem sido uma verdadeira quimera entre alguns administradores de empresas, notadamente aqueles que desenvolveram ou assumiram seu negócio sem a necessária preparação.

Casos exemplares são os de alguns empreendedores que construíram uma empresa “do zero”, “na raça” ou dos que tiveram que assumir a condução de uma organização de forma abrupta, como ocorre com alguns herdeiros.

O conceito de planejamento não é nada estranho para a maioria de nós. Está relacionado com o movimento de pensar o futuro tendo em vista a situação presente e o conhecimento adquirido no passado.

Assim, mesmo sem saber, mas muitas vezes de forma desorganizada, também aqueles administradores já o praticam, ao seu modo.

A adição do termo “estratégico” indica que esse movimento deve ser constante, mirar um futuro não tão próximo, e levar em conta algumas premissas, técnicas e determinadas etapas.

Planejamento Estratégico é, assim, uma importante ferramenta de gestão para qualquer empresa que queira se manter competitiva, tanto mais em um ambiente de rápidas transformações e, não raro, disrupções.

É um meio de se precaver para a possibilidade de o futuro chegar mais rapidamente do que se esperava.

Há ao menos duas correntes para a implementação de um Planejamento Estratégico: a que determina objetivos a serem atingidos (onde se quer chegar) e trabalha para alterar o status quo da organização de forma a alcançá-los e aquela que, por outro lado, parte do status quo para a definição de objetivos (onde se pode chegar).

O primeiro método é indicado, sem dúvida, para empresas que iniciam suas atividades ou que estão dispostas a repensar seu negócio como um todo.

O segundo parece perfeito para empresas já bem estabelecidas e satisfeitas com seus resultados históricos, interessadas em manter seu posicionamento e encontrar novas oportunidades para crescimento com baixo risco.

Aqui na Synerhgon adotamos a primeira abordagem, sendo certo que o desenvolvimento do PE pode variar de organização para organização considerando, por exemplo, seu tamanho.

De uma forma geral, as etapas a serem cumpridas para a sua elaboração são:

  1. Levantar a história da empresa e de seus fundadores; identificar sobre que parâmetros e de que forma as decisões têm sido tomadas;
  2. Determinar o que os dirigentes da organização têm como visão estratégica;
  3. Definir quais o objetivo maior da organização, ou seja, sua missão;
  4. Na caminhada em direção à missão definida, quais serão as condutas desejadas e as inaceitáveis para a organização (seus valores);
  5. Levando em conta as informações acima, estabelecer quais são a missão, a visão e os valores que nortearão a organização no caminhar para o futuro;
  6. Planejamento estratégico não é tarefa para uma só pessoa. É preciso comunicar e envolver todos os níveis hierárquicos.
  7. Um aspecto muito relevante: é desejável que os colaboradores considerem os objetivos da organização como seus próprios objetivos pessoais.
  8. A organização terá maior probabilidade de alcançar seus objetivos quando todos os seus funcionários estiverem capacitados e motivados. E é responsabilidade da alta direção sempre dar o exemplo;
  9. Executar o Diagnóstico Estratégico, ou seja, analisar os ambientes interno (a análise organizacional) e externo (o contexto competitivo), em busca tanto de suas características favoráveis como das adversas;
  10. Construir (imaginar) alguns cenários possíveis de como o futuro poderá se apresentar;
  11. Identificar as Vertentes Estratégicas, ou seja, quais deverão ser os comportamentos de tomada de decisão da organização para alcançar seus objetivos, ao longo do tempo e tendo em vista os cenários prováveis;
  12. Formalizar o planejado por meio de um Plano de Ações, que conterá os objetivos, prazos e indicadores de resultado para o nível estratégico, que se desdobrará para os níveis tático (funcional) e operacional;
  13. Implementar o planejado, definindo responsabilidades e delegando autoridade;
  14. Cenários mudam, condições se alteram e mesmo objetivos anteriormente determinados podem hoje já não ser os ideais.

Assim, todo planejamento deve passar por reavaliações periódicas, mas não só. Informações relevantes trazidas pela própria equipe ou pelos dirigentes podem determinar a antecipação dessas revisões.

Entendemos ser esta uma lista bastante completa, porém não exaustiva nos detalhes nem mandatória nas etapas.

A intenção aqui foi deixar claro o que é, qual o propósito e de que forma um PE é construído e, para isso, o apresentamos na sua concepção mais ampla.

No entanto, cada empresa tem suas nuances e necessidades e é possível customizar o desenvolvimento do Planejamento Estratégico mantendo-se, ainda assim, sua efetividade.

Mauricio Prieto é sócio diretor da Synerhgon, empresa de consultoria multidisciplinar com foco no resultado. [email protected]

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos seus autores. Não representa exatamente a opinião do MODAIS EM FOCO.