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Transporte Aquaviário

Crise na Índia afeta portos e traz risco para comércio

21,9 milhões de toneladas de cargas estão programadas mas os navios podem sofrer atrasos para descarga

15/05/2021 09h27

Porto de Visakhapatnam - Foto: Divulgação

A devastadora crise de Covid-19 na Índia atinge as operações em alguns dos maiores portos do país, o que aumenta a preocupação sobre atrasos dos embarques e o impacto nas cadeias de suprimentos globais.

O Porto de Karaikal, no sul da Índia, declarou força maior até 24 de maio, pois as operações foram “gravemente afetadas” pela pandemia, segundo nota no site do terminal. O porto, que afirma ser o maior terminal não estatal da Índia, movimenta carvão, açúcar, petróleo, entre outras commodities. O Porto de Gopalpur, em Odisha, também declarou força maior, segundo a IHS Markit.

A situação pode trazer de volta os problemas que abalaram o comércio global no ano passado, quando restrições relacionadas ao coronavírus desaceleraram os embarques para a China. Embora a Índia responda por apenas uma fração do comércio da China no mercado global, qualquer atraso no desembarque dos navios e liberação para o próximo destino pode criar gargalos nas cadeias de suprimentos.

A Índia tem 21,9 milhões de toneladas de cargas programadas para chegar este mês, mas, com escassez de mão de obra e força maior em alguns portos, muitos dos navios podem sofrer atrasos para descarga, segundo o diretor associado da IHS Markit, Pranay Shukla. Isso pode repercutir nos carregamentos programados de países exportadores.

A movimentação de cargas no Porto de Visakhapatnam, um dos principais terminais marítimos da Índia, também é parcialmente afetada depois que a organização de tradings locais anunciou força maior na área do porto até 19 de maio, de acordo com G. Veeramohan, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Vizagapatam.

A refinaria estatal Hindustan Petroleum, que utiliza o Porto de Visakhapatnam para importar petróleo, não foi afetada, pois usa um ancoradouro offshore para descarregar petroleiros, disse o presidente do conselho, Mukesh Kumar Surana.

Grandes regiões da Índia estão sob lockdowns decretados pelos governos provinciais, que enfrentam aumento dos casos de Covid-19 em meio à escassez de vacinas e infraestrutura médica, como leitos hospitalares e oxigênio. As ordens para ficar em casa restringem a movimentação de pessoas e matérias-primas aos portos do país, embora o governo do primeiro-ministro Narendra Modi se oponha a um lockdown nacional.

Fonte: Bloomberg