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Sustentabilidade

Começa em Belém a Cúpula do Clima

O presidente Lula receberá líderes de 57 países e 143 delegações estrangeiras

06/11/2025 11h00

Foto: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abre nesta quinta-feira (6) a cúpula de líderes da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), que reúne chefes de governo e de Estado de ao menos 143 países até sexta (7).

O evento em Belém (PA) não contará com a presença dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, nem da Argentina, Javier Milei, que não priorizam a pauta climática. Apesar das ausências, os dois países terão delegações de representantes na cúpula e na COP30, que começa na próxima segunda (10) e vai até 21 de novembro.

Cúpula dos líderes

Segundo a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a cúpula será o momento em que os líderes mundiais “darão o termo de referência” para orientar as negociações da COP30.

Embora nas últimas COPs — realizadas nos Emirados Árabes Unidos e no Azerbaijão — as reuniões de líderes tenham aberto oficialmente o evento, o formato deste ano será diferente: o encontro de alto nível foi deslocado do calendário oficial da conferência, mas manterá o papel de definir as diretrizes políticas que guiarão as tratativas da COP30.

Na sexta-feira, os debates se concentrarão em transição energética pela manhã e, à tarde, em NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), financiamento climático e nos dez anos do Acordo de Paris.

Além disso, são esperadas, para a cúpula dos líderes, novas iniciativas e compromissos multilaterais.

Entre eles, o Chamado à Ação sobre Manejo Integrado do Fogo, o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis e a Declaração sobre Fome, Pobreza e Ação Climática.

Lula também deve apresentar um Chamado à Ação Climática, para identificar lacunas na implementação do regime internacional do clima e propor soluções para superá-las.

Fundo de preservação

O governo brasileiro estabeleceu como meta a captação de US$ 10 bilhões em investimentos públicos dos países para o TFFF, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A expectativa é de que o objetivo seja atingido até o fim de 2026, ainda durante a presidência brasileira da COP.

Em setembro, durante discurso na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, nos Estados Unidos, Lula anunciou que o Brasil vai investir US$ 1 bilhão. “O Brasil vai liderar pelo exemplo e se tornar o primeiro país a se comprometer com o investimento no fundo”, declarou, na ocasião.

Marina Silva acredita que a iniciativa tem potencial para gerar US$ 4 bilhões por ano.

A projeção, segundo a ministra, pode fazer com que o valor direcionado por países ao TFFF seja até três vezes maior do que todos os recursos que atualmente são enviados para ecossistemas florestais.

Investimentos

O fundo é complementar a outras medidas já existentes de apoio e financiamento a ações de preservação, conservação e recuperação ambiental.

A iniciativa é inédita e funcionará por meio de um mecanismo de financiamento. Os investimentos serão destinados a preservar as florestas tropicais — presentes em cerca de 70 países —, cruciais para a regulação do regime de chuvas e captura de carbono na atmosfera.

A expectativa brasileira é de que 20% do capital do TFFF seja feito por governos, e 80%, por fontes privadas, o que inclui fundos de investimento e filantropia internacional.

A contribuição ao fundo não será considerada uma doação, mas um investimento, com retorno anual competitivo em relação ao mercado e devolução integral do valor após cerca de 40 anos.

O Brasil já conduz negociações com potenciais investidores estrangeiros, como Reino Unido, França, Noruega, Alemanha e Emirados Árabes Unidos. A proposta também busca articulação com países da Bacia do Congo e da Ásia, que reúnem grandes áreas de florestas tropicais.

Fonte: R7