27/04/2025 09h59
Foto: CDN - Divulgação
O Brasil vive uma transformação contínua, mas profunda, no serviço público. Se, décadas atrás, ser servidora ou servidor era sinônimo de realizar tarefas administrativas repetitivas, hoje esses profissionais são protagonistas de políticas públicas que fazem diferença no dia a dia da população como o Imóvel da Gente, Bolsa Família, o Pé-de-Meia, o Farmácia Popular, a Carteira de Identidade Nacional e tantos outros programas essenciais.
Atualmente, 572.362 pessoas integram os quadros da Administração Pública Federal. A imensa maioria — 85,28% — está sob o Regime Jurídico Único (RJU), o que significa que têm estabilidade e vínculo permanente com o Estado. Esses profissionais são responsáveis por fazer o Estado funcionar e entregar políticas em áreas como saúde, educação, segurança, assistência social e infraestrutura.
“O que se espera hoje de um servidor público é muito mais do que conhecimento técnico”, explica o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), José Celso Cardoso Júnior. “Esperamos um profissional que compreenda a realidade brasileira, tenha senso de responsabilidade pública e esteja comprometido com a cidadania.”
Um novo perfil para novos desafios
As exigências do mundo atual fizeram com que o perfil do servidor também mudasse. Com o avanço da tecnologia e a complexidade crescente das políticas públicas, o Estado passou a buscar profissionais com formação superior, competências múltiplas e capacidade de adaptação.
“O servidor deixou de ser alguém que apenas executa tarefas. Ele é hoje um agente estratégico da transformação social. Tudo que faz precisa ter impacto positivo na vida das pessoas” - José Celso Cardoso (SGP/MGI)
A Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em conjunto com o MGI, mapeou dez competências transversais que hoje definem o profissional necessário para um setor público de alto desempenho. Elas formam um verdadeiro guia de atuação para quem quer fazer a diferença no serviço público:
Além dessas, José Celso destaca uma mudança fundamental de mentalidade: “O servidor deixou de ser alguém que apenas executa tarefas. Ele é hoje um agente estratégico da transformação social. Tudo que faz precisa ter impacto positivo na vida das pessoas”, afirmou.
Para garantir que esse novo perfil se torne realidade, a Administração Pública tem investido em três pilares fundamentais: concursos estratégicos, capacitação contínua e gestão de desempenho.
Segundo o secretário, a lógica dos concursos públicos está mudando: “Eles deixaram de ser um rito meramente burocrático. Hoje, são pensados de forma estratégica para atrair talentos com o perfil desejado, já considerando competências como pensamento crítico, visão de futuro e compromisso ético.”
Inovação
Outro avanço importante foi o lançamento do Perfil Profissiográfico, uma inovação que cruza as competências dos novos servidores com as necessidades reais dos órgãos públicos. “Isso permite uma alocação mais inteligente e humanizada dos profissionais”, afirma o secretário.
Além disso, programas como o PGD (Programa de Gestão e Desempenho) substituem o antigo controle de ponto por uma lógica de entrega de resultados. “Não interessa mais se o servidor está no escritório ou em casa. O que importa é o que ele entrega e como entrega. É uma mudança profunda de cultura organizacional”, completa.
A valorização da diversidade e da inclusão também entrou na agenda de forma mais estruturada. O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), por exemplo, ampliou as cotas para negros, garantiu vagas para indígenas e pessoas com deficiência, e levou as provas a 228 municípios Brasil afora. O resultado da realização das provas em locais mais próximos dos candidatos veio rápido: o concurso teve inscritos de 5555 municípios e aprovados de 908 cidades, fato inédito até então.
Medidas específicas para promoção de mulheres e lideranças negras também têm sido adotadas, como a edição exclusiva do programa LideraGov para servidores e servidoras negras. “Não basta incluir, é preciso garantir condições para que essas pessoas avancem, se desenvolvam e ocupem espaços de decisão”, pontua o secretário.
A digitalização de serviços públicos, como o preenchimento do imposto de renda ou a solicitação de documentos via GOV.BR facilita a vida de milhões de brasileiros e evidencia que, na prática, o cidadão já sente os efeitos da transformação que está em curso. Entretanto, a presença do servidor continua sendo essencial, principalmente nos atendimentos presenciais em saúde, educação e assistência.
“A atuação do servidor público precisa ser cada vez mais voltada para a população. Isso exige sensibilidade, preparo técnico e compromisso social”, reforça José Celso. “O servidor do futuro já está aqui — e está fazendo a diferença.”
Para quem atua, ou quer atuar, no serviço público, o secretário deixa uma mensagem: “O servidor público é agente de transformação. Ele não trabalha para si ou apenas para o governo. Ele trabalha para a cidadania. E também tem a missão de ajudar a reconstruir a imagem do Estado como um ator essencial para o desenvolvimento do país”, finalizou.
Fonte: Agência Brasil