22/04/2025 14h50
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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avalia que o Brasil pode se destacar quando comparado a outros países emergentes durante a guerra tarifária promovida por Donald Trump.
Segundo Galípolo, a diversificação da pauta comercial e a força do mercado interno colocam o Brasil em uma posição mais segura para investidores internacionais.
“A diversificação que o Brasil possui em sua pauta comercial, somada a um mercado doméstico relevante, passou a apresentar o país como um local de proteção. Na comparação com seus pares, o Brasil pode se destacar justamente por essa diversidade”, disse o presidente do BC.
A declaração foi feita durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Galípolo citou México e Vietnã como exemplos de países emergentes com forte dependência das exportações para os Estados Unidos – o que não é o caso do Brasil.
Não há ‘bala de prata’
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que em reuniões no exterior é comum haver questionamentos sobre como o Brasil tem juros altos e uma economia dinâmica, o que indica que os mecanismos de transmissão da política monetária aqui são menos fluidos. Uma normalização da política monetária, para aumentar sua efetividade, demandará reformas contínuas, porque não existe uma “bala de prata” para solucionar o problema.
Ele disse que o questionamento que surge não é simplesmente sobre o patamar dos juros, mas como a economia se mantém dinâmica, tendo inclusive desemprego baixo e maior nível de renda das famílias. “Talvez, os mecanismos de transmissão da política monetária no Brasil não apresentem a mesma fluidez que a gente consegue observar em outros países. Talvez existam alguns canais entupidos de política monetária, o que acaba demandando com que as doses do remédio sejam mais elevadas para que você consiga atingir o mesmo efeito”, comentou.
O presidente do BC avalia que “é óbvio que é desejável” uma normalização da política monetária para redução do nível de juros, a um patamar mais semelhante ao dos pares, mas de maneira que a potência da política monetária seja aumentada.
“A normalização da política monetária vai demandar uma série de reformas contínuas, muitas vezes reformas que não estão simplesmente dentro da alçada do Banco Central e que não vamos ter uma bala de prata disponível, vai demandar bastante debate com a sociedade, discussão, para que a gente possa conquistar isso”, afirmou Galípolo.