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Sustentabilidade

Bioeconomia gera valor econômico, ambiental e social para o país

Os recursos biológicos renováveis podem ser utilizados em todas as cadeias produtivas

25/11/2020 15h09

Foto: Divulgação

Bioeconomia é um modelo econômico que se baseia no uso racional da biodiversidade, visando inovar processos produtivos e gerar insumos e produtos sustentáveis que podem ser utilizados nas áreas de alimentos, saúde e bioenergia, por exemplo. Essa economia ecológica movimenta, aproximadamente, 2 trilhões de euros no mercado mundial, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Mesmo ostentando a maior biodiversidade do mundo e algumas iniciativas notáveis, o Brasil ainda precisa avançar no quesito melhores práticas de desenvolvimento e pesquisa na área da bioeconomia.

Para discutir a bioeconomia no contexto ambiental e entender de que forma os recursos biológicos renováveis podem ser utilizados em todas as cadeias produtivas, gerando valor econômico, ambiental e social, a Fiesp realizou live nesta terça-feira (24). O encontro contou com a participação de especialistas no assunto, além de líderes de companhias que contaram de que forma têm gerido uma quota de seus negócios fazendo uso de recursos biológicos.

O tema foi abordado durante reunião virtual do Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) e Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde e Biotecnologia (ComSaude) da Fiesp.

“Um dos pilares das nossas ações está em trazer o assunto para o centro do debate, esclarecer as dúvidas da cadeia produtiva. Dessa forma, abrimos oportunidades para as indústrias começarem a atender à necessidade da população que passou a exigir práticas sustentáveis de quem ela compra seus produtos”, disse Ruy Baumer, diretor titular do ComSaude.

Neste momento de retomada econômica, a bioeconomia tem elevado potencial  de aumento da competitividade do Brasil em função da sua megadiversidade, na transição para um sistema econômico mais sustentável, capaz de garantir produção e consumo mais limpos e mais seguros, com base na inovação tecnológica.

Eduardo San Martin, presidente do Cosema, reforçou que a bioeconomia faz parte das estratégias dos países em desenvolvimento para o futuro. E que nós, enquanto Brasil, precisamos, urgentemente, de uma política nacional sobre o tema. “Provocamos este encontro com o objetivo de ampliarmos o debate e a partir de então realizarmos reuniões setoriais para que possamos identificar as possibilidades de aplicação”, pontuou.

Em seguida, San Martin enfatizou que por usar produtos naturais no lugar de recursos não renováveis, o setor tem potencial de fazer frente à mudança do climática e a outros desafios relacionados ao ambiente, à economia, à transição energética, à segurança alimentar e à saúde.

A reunião contou com a participação do engenheiro Hugo Esteban Leigue Silva, atual presidente da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS). A entidade é uma sociedade técnico-científica, sem fins lucrativos, que reúne as principais instituições profissionais e acadêmicas de todas as Américas dedicadas à preservação ambiental, saúde e saneamento.

A bioeconomia é alternativa essencial para os perigos e limitações da nossa atual base fóssil da economia mundial e pode ser considerada como a próxima onda no desenvolvimento do país. “A aplicação das ciências da vida pode ser muito mais transformadora do que a própria revolução digital”, advertiu Eduardo Giacomazzi, diretor-titular adjunto do ComSaude.

No continente europeu, 18 milhões de pessoas trabalham no setor. O Senai-SP tem feito importante trabalho no que diz respeito às necessidades da indústria da bioeconomia. Há uma oferta expressiva de cursos na área nas escolas da rede, o compartilhamento de laboratórios com a indústria e a criação de um centro de pesquisa em São Paulo.