Foto: Bamin - Divulgação

Com o projeto integrado na Bahia, a Bamin promoverá um novo corredor logístico de integração e de exportação para a mineração e para o agronegócio no Brasil, com investimentos de R$ 20 bilhões. “Com a implantação deste corredor logístico, o estado baiano ocupará uma nova e importante dimensão na economia nacional, com a geração de riquezas, distribuição de renda e a elevação da qualidade de vida da população”, destaca o diretor de Projetos da Bamin, Alberto Vieira. No auge da mobilização das obras, a Bamin vai gerar 15 mil empregos diretos e indiretos.

Proteção ao meio ambiente é uma das prioridades da Bamin com a execução do projeto. Na Mina Pedra de Ferro, 3,9 mil hectares de vegetação nativa foram destinados para conservação, além de 1,7 mil hectares para criação do Parque Estadual da Ponta da Tulha. A Bamin implementou ainda o Programa de Compensação Florestal e administra o Centro de Conservação Pedra de Ferro e o Centro de Atendimento Veterinário Especializado (Cave).

O Modais em Foco traz um bate-papo com o diretor de Projetos da Bamin, Alberto Vieira, sobre a construção do trecho 1 da Fiol 1, que ligará Ilhéus a Caetité, o Porto Sul e a ampliação da Mina Pedra de Ferro.

A Ferrovia Fiol 1 é uma das primeiras obras, de incentivo privado e que consta no PAC, a sair do papel. Mas sabemos também que a Bamin tem mais dois projetos: a mina e o Porto Sul. Como está o andamento deste projeto integrado?

As obras da Fiol 1 e do Porto Sul seguem dentro do cronograma planejado.  Assinamos em abril, o contrato referente ao lote 1F do trecho 1 que percorrerá 127 km passando pelos municípios de Ilhéus, Uruçuca, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Aurelino Leal, Aiquara e está na fase de construção, iniciando pelo trecho Ilhéus - Aiquara por ser o menos avançado e com mais intervenções.

O projeto do Porto Sul está em fase final dos acessos para as obras onshore (em terra) e em fase de preparação para o início das obras offshore (no mar). Desde o ano de 2021, o cronograma de implantação do Porto Sul avança com a construção das vias de acesso, abertura da pedreira e construção do canteiro de obras offshore. Na lista de obras já executadas na região estão: o desvio da BA-001; a Ponte sobre o Rio Almada, que conecta a rodovia BA-001 à futura área industrial do Porto; o viaduto sobre a BA-648; o caminho de serviço Sul; acesso BA-262 e trevo na BA 262.

Depois de prontos, quais são as expectativas com os modais?

Desenvolvimento socioeconômico para a Bahia é o que esperamos desde o início das obras da ferrovia Fiol 1 e do Porto Sul. Com a implantação deste corredor logístico, o estado baiano ocupará uma nova e importante dimensão na economia nacional, com a geração de riquezas, distribuição de renda e a elevação da qualidade de vida da população, criando oportunidades para os produtores regionais e potencializando as cadeias produtivas do agronegócio e da mineração instaladas ao longo do caminho.

No auge da mobilização das obras vamos gerar 15 mil empregos diretos e indiretos. Hoje, estamos empregando cerca de 1,8 mil pessoas. Estamos priorizando mão de obra local e fornecedores da região. Para isso, buscamos a capacitação para que possam nos atender, por meio do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF) da companhia. Fruto de uma parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA), a iniciativa tem o objetivo de estruturar a gestão de pequenos e médios empreendimentos, fomentar a geração de negócios e desenvolver a economia das regiões que integram a zona de influência dos projetos da Bamin no estado.

Com a ampliação da produção também da Mina Pedra de Ferro de 1 milhão de toneladas para 26 milhões de toneladas ao ano, a Bahia será o terceiro maior produtor de minério de ferro do Brasil.

Além do projeto integrado, a Bamin tem interesse nos trechos 2 e 3 da Fiol?

É natural que tenhamos interesse pelos trechos 2 e 3 da Fiol, aumentando a capacidade e diversidade de cargas transportadas pela linha férrea. No momento vamos estudar, analisar e entender as possibilidades para chegar a uma tomada de decisão. O corredor Fico - Fiol faz muito sentido para a BAmin porque há uma sinergia com o negócio da companhia.

Qual será a capacidade do Porto Sul e as características do modal?

O Porto Sul será um terminal de águas profundas que poderá receber, na costa de Ilhéus, navios com capacidade de até 250 mil toneladas e é projetado para movimentar até 42 milhões de toneladas de cargas anuais, com retroárea de 1,224 mil hectares, ponte de acesso marítimo e píer com quebra-mar a 3,5 mil metros da costa. Será composto ainda por pátio de estocagem com capacidade para 1,4 milhão de toneladas, virador de vagões, equipamentos de pátio (stacker & reclaimer), correia transportadora de 5,7 km e carregador de navios.

Assim como a Fiol 1, ele será dedicado não somente à mineração, mas também ao agronegócio. O terminal terá uma estrutura totalmente moderna, com soluções tecnológicas atualizadas para o manuseio de cargas, garantindo eficiência e controle.

Como as práticas de sustentabilidade têm sido mantidas e qual investimento tem sido destinado ao eixo meio ambiente?

A proteção ao meio ambiente é uma das prioridades da Bamin em todos os seus empreendimentos, um valor inquestionável. Temos mais de 100 programas socioambientais no projeto integrado. Na Mina Pedra de Ferro, 3,9 mil hectares de vegetação nativa foram destinados para conservação, além de 1,7 mil hectares para criação do Parque Estadual da Ponta da Tulha, uma área com alto grau de conservação que abriga ecossistemas importantes, como mata ombrófila, restingas arbóreas e manguezais, contribuindo para a proteção da biodiversidade.

Implementamos ainda o Programa de Compensação Florestal, o qual inclui o plantio de 316,71 hectares em Áreas de Preservação Permanente (APP) e 30 hectares com espécies nativas. Também administramos o Centro de Conservação Pedra de Ferro e o Centro de Atendimento Veterinário Especializado (Cave).

Qual o investimento no projeto integrado?  E nos modais, especificamente?

Os investimentos na Fiol 1, na mina e no Porto Sul serão da ordem de R$ 25 bilhões.  Para o projeto da ferrovia, estão previstos investimentos da ordem de R$ 6 bilhões, dentro de 36 meses, quando está prevista a conclusão. Para o Porto Sul serão destinados R$ 7 bilhões, com previsão de término também em 2027.