16/11/2025 11h06
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Após um ano com recorde de leilões, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizará, em 2026, 12 certames para rodovias federais e três para ferrovias.
“A expectativa é realizar entre 10 e 12 leilões de rodovias. Já a questão ferroviária está retomando sua relevância, com previsão de três leilões”, afirma Guilherme Theo Sampaio, presidente da agência.
A ANTT encerrará 2025 com 10 leilões. Nos últimos três anos, foram 19 no total, enquanto na gestão anterior (2019 a 2022), a agência promoveu apenas seis certames.
No último mês, a ANTT deu seguimento a uma agenda intensa de leilões rodoviários na B3. De outubro a dezembro, ocorrerão cinco certames.
Segundo Sampaio, em novembro, a agência enviará ao Tribunal de Contas da União (TCU) os projetos da ferrovia EFT 118 (Estrada de Ferro 118) e da Ferrogrão. Este último é um empreendimento aguardado desde 2020, com mais de 900 quilômetros de extensão, ligando Sinop, no Mato Grosso, a Itaituba, no Pará.
“Esses dois projetos têm grande perspectiva de serem leiloados no primeiro semestre do ano que vem. Eles são atrativos, com interessados, e respeitam os povos originários e o meio ambiente”, diz Theo Sampaio.
Para o segundo semestre de 2026, a previsão é realizar o leilão do Corredor Leste-Oeste (FICO-FIOL). O projeto abrange 1.708 km de extensão, distribuídos entre os 383 km da FICO I (ligando Água Boa/MT a Mara Rosa/GO), os 840 km da FIOL III (ligando Mara Rosa/GO a Correntina/BA) e os 485 km da FIOL II (conectando Barreiras/BA a Caetité/BA).
“Estamos também avançando na nossa carteira de renovações antecipadas. Em novembro, enviaremos ao TCU a renovação antecipada da ferrovia Centro-Atlântica, controlada pela VLI, e vamos resolver a FTL. No próximo ano, daremos continuidade à ferrovia Tereza Cristina”, explica Sampaio.
Brasil terá quase R$ 500 bilhões em investimentos na próxima década
Sampaio ressaltou que o Brasil contará com R$ 480 bilhões em investimentos contratados nos próximos 10 anos, oriundos dos leilões realizados nos últimos três anos. Desse montante, cerca de R$ 360 bilhões serão destinados a rodovias e mais de R$ 120 bilhões a ferrovias.
“São quase R$ 500 bilhões que serão investidos na infraestrutura de transportes do país na próxima década. Isso representará uma transformação significativa”, afirma.
Esse resultado foi alcançado em um contexto de redução do orçamento das agências federais. De acordo com Guilherme Sampaio, o sucesso, mesmo em um cenário de escassez de recursos, é fruto de um “esforço coletivo” dos servidores da ANTT e do programa ProRev, que focou em mudanças comportamentais, tecnológicas e no resgate do orgulho de pertencimento à agência.
“É um trabalho integrado, especialmente dos servidores da ANTT. A agência é uma grande empresa que precisa de governança, processos, procedimentos, metas, reconhecimento e ajustes conforme a demanda”, afirma.
Fonte: EXAME