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Transporte Aéreo

Airbus promete entregar 700 aviões até o final do ano

Para cumprir a meta a fabricante terá que quase dobrar a produção em três meses

25/09/2022 08h25

Foto: Divulgação 

A Airbus confirmou seus planos para entregar até o final do ano, aproximadamente, 700 aviões comerciais. O número retoma o movimento do pré-crise, quando em 2019 havia uma crescente demanda por aeronaves novas e a Airbus entregou quase 1000 aviões.

Ainda que distante dos números de 2019, o total de entregas deste ano é o melhor nos últimos 24 meses, demonstrando assim a força da retomada do transporte aéreo ao redor do mundo.

Ao longo dos primeiros oito meses foram entregues 382 aviões, exigindo assim mais 320 aeronaves até o final de dezembro, com uma média mensal de 80 unidades (considerando o mês de setembro).

“Estamos totalmente engajados com nossos fornecedores para cumprir nossos compromissos com os clientes”, explicou Guillaume Faury, CEO da Airbus.

Um dos maiores desafios da Airbus será ampliar a produção, que praticamente terá que dobrar até o final do ano, passando de 47 aviões para 80. Ainda que exista internamente capacidade técnica e de trabalho, assim como posições de montagem, a Airbus trabalha junto aos parceiros para garantir o suprimento de milhares componentes. Atualmente 3.200 fornecedores enviam cerca de 3 milhões de peças diariamente para as linhas de montagem da Airbus.

A ampliação da capacidade está alinha a meta de atingir a capacidade de entregar 75 aviões da família A320neo até o final de 2025. Até dezembro de 2022, serão ao menos 50 aviões mensais. Contudo, atualmente o maior desafio é garantir a entrega dos motores, que continuam sendo produzidos em um ritmo inferior a capacidade da Airbus em finalizar suas aeronaves. Os principais fabricantes de motores aeronáuticos enfrentam uma série de entraves, especialmente com fornecimento de semicondutores, atrasando assim a retomada plena da capacidade. A escassez na produção global de semicondutores atinge toda a cadeia produtiva global, desde montadoras de veículos até fabricantes de smartphones e computadores, passando por praticamente todos os demais segmentos, incluindo o setor aeroespacial e até mesmo de alimentos.

Ainda assim, houve uma sensível melhora na cadência de produção de motores, permitindo a Airbus reduzir o número de aviões prontos, mas sem motor, de 29 no início do ano para menos de 10 unidades mensais.

O fabricante europeu está ciente dos desafios para ampliar o ritmo de produção e entrega no curto prazo, visto que diversas variáveis estão fora do seu controle, como problemas na logística global e diversas limitações que atingem seus fornecedores. “É tudo menos um passeio no parque”, afirmou Dominik Asam, diretor financeiro da Airbus.