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Transporte Aéreo

Abaeté Aviação amplia rede de voos comerciais na Bahia

A companhia planeja fechar 2022 com 10 mil passageiros transportados

01/05/2022 11h38

Foto: Abaeté Aviação - Divulgação 

Abaeté Aviação, empresa 100% baiana de transporte aéreo de passageiros e cargas, está de olho na expansão das atividades para o Centro do estado da Bahia, na região da Chapada Diamantina e para a paradisíaca ilha de Boipeba, no Baixo Sul e, com isso, fechar 2022 com 10 mil passageiros transportados. Em dezembro do ano passado, a empresa iniciou duas novas rotas com destino à Península de Maraú e Morro de São Paulo, com embarque no aeroporto internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador.

De acordo com o CEO da Abaeté Aviação, Héctor Hamada, na temporada passada, entre dezembro de 2020 e março de 2021, as vendas de tickets foram duplicadas, ultrapassando a marca de 500 voos realizados, que transportaram mais de quatro mil passageiros.

“O resultado foi excepcional. A recuperação do setor aéreo iniciou no segundo semestre de 2021 e a expectativa é que ao longo de 2022 essa retomada gradativa se fortaleça em todo o cenário nacional. Esse crescimento será ainda mais intenso na Bahia, por ser uma região turística muito buscada pelo público nacional. Percebemos essa tendência na retomada de várias rotas das principais companhias aéreas, inclusive nos resultados que tivemos com o início de nossas próprias operações. Estamos otimistas!”, comemora.

Fundada em 1979 pelos pilotos Milton Tosto e Jorge Mello, a empresa tem uma vasta gama de serviços que a coloca em posição de destaque no Nordeste, reconhecida como referência em transporte aéreo regional. Exemplo disso é a área de fretamento de aeronaves, com diferentes modelos para atender às necessidades do passageiro.

Atualmente, a frota é diversificada e atende a diferentes demandas. Entre os modelos estão o Xingu E-121 (6 passageiros), Carajá E- 821 (8 passageiros), Hawker 400 (8 passageiros), Caravan c-208 (9 passageiros) e Bandeirante e-110 (14 passageiros). Tem, ainda, a opção de Fractional Jets – aeronave compartilhada – modelo de sociedade dividido em cotas. “Tudo para garantir economia, comodidade e segurança ao cliente”.

Em agosto do ano passado, segundo Hamada, a empresa recebeu o certificado ISSA (Avaliação de Segurança Padrão da IATA), e se tornou a primeira empresa do Nordeste a obter o selo internacional, devido ao pronto atendimento das normas internacionais em protocolos de segurança de transporte aéreo de carga e passageiros.

“Isso equiparou a Abaeté às maiores companhias aéreas mundiais. Também em 2021, nos tornamos membros da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), o que vem agregando um enorme valor para o desenvolvimento da companhia”, conta o CEO.

Além disso, a empresa aérea regional atua com o modelo de aeronave Caravan e, com isso, consegue prestar um atendimento personalizado. “Nossos voos acontecem numa altitude que permite aos passageiros a contemplação do litoral de Salvador e dos destinos que fazemos hoje. A vista aérea de Morro de São Paulo, Península de Maraú e Chapada Diamantina é de tirar o fôlego”.

Entre os serviços oferecidos também está o Fixed-Base Operator (FBO), que possibilita o atendimento de pista e hangaragem, que garante a segurança da aeronave em um estacionamento interno coberto. Conforme Hamada, outros diferenciais da empresa são as instalações com salas VIPs, salas de reuniões e estacionamentos, que garantem exclusividade aos clientes.

“O serviço de UTI aérea oferece aeronaves adaptadas e com toda a infraestrutura para o transporte de pacientes, além de contar com uma equipe de médicos e enfermeiros especializados em medicina aeroespacial e fisiologia de voo. Nossa equipe de profissionais altamente qualificados avalia a necessidade de cada cliente, garantindo sempre o melhor planejamento”, disse referindo-se aos 100 colaboradores diretos e 30 indiretos que fazem parte da equipe da empresa.

Recuperação pós-pandemia

Segundo Hamada, a recuperação do setor aéreo se iniciou no segundo semestre de 2021 e a expectativa é que ao longo de 2022 essa retomada se fortaleça em todo o cenário nacional. O ano passado, portanto, foi um período de testes para a empresa.

“Iniciamos com Morro de São Paulo, que foi um sucesso em vendas e, no meio do ano entramos com a rota sazonal para a Chapada Diamantina. Neste ano, até o momento, já transportamos mais do que o total do ano passado. Esse resultado é proveniente do investimento que estamos fazendo na abertura de novos trechos com rotas fixas, além do crescimento da aviação regional no período pós-pandemia, que se deve não só à alta do dólar, mas principalmente pelas incertezas geradas pela crise sanitária quanto às viagens internacionais”.

Passada a tormenta, o CEO conta que quadruplicaram as vendas da temporada de 2021 para 2022 e, em paralelo, já estão discutindo acordos comerciais com importantes companhias aéreas domésticas e internacionais, inclusive com aquisição de equipamentos maiores, ainda com foco na aviação regional. “O principal objetivo é nos fortalecermos como companhia aérea regional baiana, replicando nosso modelo em ao menos três outros estados do país (Norte e Nordeste)”.

Embora a Bahia já seja destino consolidado do turismo, ainda existe, segundo o CEO, a dificuldade de locomoção por meio terrestre, e isso faz com que o transporte aéreo seja uma boa opção. “A ida de Salvador para a Península de Maraú, por exemplo, pode demorar até sete horas de carro. Já de avião, o tempo é de 30 minutos. Nossa ideia é trabalhar para o amadurecimento das rotas de Maraú e Morro de São Paulo, obter apoio do trade local, de novos parceiros e, assim, nos posicionarmos com frequências semanais. Em seguida, diárias em época de alta estação”.

No momento, a empresa desenvolve um trabalho para lançar a rota de Boipeba e uma quarta rota, desta vez para a Chapada Diamantina. “Mas estamos analisando com bastante cuidado, pois o querosene da aviação subiu muito, e esta seria uma rota mais longa, então afetaria bastante no preço final da passagem. Esperamos que nos próximos meses consigamos ter um reajuste no preço do querosene de aviação (QAV) e possamos concretizar esta rota para a Chapada Diamantina, que faz muita falta para o mercado de aviação regional”.

Impactos no setor

Conforme Hamada, o mercado de combustíveis está passando por uma grande crise econômica, que foi agravada em decorrência do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Essa situação tem causado bastante preocupação para gestores de diversos segmentos. Isso porque, o combustível da aviação (ou QAV- querosene de aviação), representa uma porcentagem alta, que chega a 35% do custo operacional da aeronave, fato que impacta diretamente no valor do ticket para o cliente final na aquisição da passagem.

“Mesmo com o aumento de 100% no valor do combustível, entre janeiro de 2021 e março de 2022, temos buscado conter este avanço no valor para o consumidor final, entretanto, com a recente disparada do barril de petróleo, está cada vez mais difícil sustentar essa realidade”, revela Héctor Hamada.

Mas para conter os possíveis danos às empresas aéreas, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), da qual fazem parte a Abaeté Linhas Aéreas e outras grandes empresas do setor, defende a adoção de medidas emergenciais de contenção de preços que possam ser tomadas durante a vigência do conflito que incluam o QAV, que já havia acumulado alta de 76,2% em 2021, e sofre forte pressão com a cotação do barril de petróleo chegando a 140 dólares, maior valor desde 2008.

Pontos positivos e negativos

De acordo com o CEO, a Bahia, tem um ponto negativo para uma empresa ultra regional como a Abaeté, que é a alíquota de ICMS, hoje em 18%, enquanto grandes empresas do setor obtiveram o direito de pagar apenas 5%. “Temos batalhado junto ao governo do estado para chegar ao mesmo patamar de ICMS que as demais, fato fundamental para impulsionar a aviação regional. No cenário nacional, vale citar a alta do dólar e o incremento de 100% no último ano no valor do querosene da aviação”.

Como o setor foi, sem dúvida, um dos mais prejudicados e sofreu forte impacto desde o início da pandemia, houve uma exigência de que os órgãos envolvidos pensassem em soluções para amenizar as consequências. Um exemplo disso foi a criação de agendas conjuntas do Ministério de Infraestrutura, Secretaria de Aviação Civil (SAC) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para discutir, flexibilizar, desenvolver e inovar a aviação civil no país. Outro exemplo é o da criação do Programa “Voo Simples”, que moderniza e desenvolve a aviação civil.

“Percebemos também um maior investimento no setor, principalmente no que diz respeito à infraestrutura aeroportuária brasileira. Considerando esse cenário e a natural retração do mercado, abriu-se espaço para novos entrantes, principalmente na aviação regional, que é o nicho em que estamos concentrados”, afirma Héctor Hamada.

Além da região de atuação possuir um grande potencial turístico, também se espera a retomada gradativa dos voos de negócios, com uma recuperação ainda maior em 2023. “Acreditamos que esse posicionamento regional, que possibilita a fácil replicação do modelo em diversas localidades, seja um ponto muito positivo para darmos continuidade ao desenvolvimento de novos destinos, inclusive contribuindo com o crescimento de regiões que ainda sofrem com a carência de transporte eficiente e regular”, finaliza.

Fonte: BA de Valor